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JPMorgan vai aceitar Bitcoin e Ethereum como garantia em empréstimos

O JPMorgan está se movendo para permitir que clientes institucionais utilizem Bitcoin e Ethereum como garantia para empréstimos. Essa é uma das aproximações mais diretas dos criptoativos ao sistema de crédito de Wall Street até agora. A expectativa é que o programa, que vai entrar em ação no final de 2025, conte com um custodiante terceirizado para cuidar dos tokens que forem usados como garantia.

Recentemente, as ações do JPMorgan tiveram uma leve alta, marcando US$ 294,93 no pré-mercado. O que esse novo programa propõe é que clientes possam depositar criptomoedas que estão sob custódia aprovada em troca de linhas de crédito ou empréstimos. Isso permite que o banco gerencie a exposição ao risco sem precisar manter diretamente esses ativos digitais.

Essa iniciativa segue uma decisão anterior do banco, que em junho começou a aceitar fundos negociados em bolsa (ETFs) de criptomoedas como garantia. Agora, o passo é estender essa política também aos ativos digitais em si.

O JPMorgan ainda não confirmou se o programa já está funcionando ou se está em desenvolvimento. Também não há informações claras sobre como o banco pretende gerenciar a custódia, avaliação e risco das criptomoedas utilizadas como garantia.

## Pelas regras

Quando o programa estiver ativo, o Bitcoin e o Ethereum poderão estar no mesmo nível de garantias que investimentos tradicionais, como títulos do Tesouro e ouro. Contudo, a volatilidade e o risco dessas criptomoedas são bem maiores. De acordo com Samuel Patt, cofundador do metaprotocolo Bitcoin OP_NET, essa mudança do JPMorgan pode acontecer por uma “inevitabilidade”, considerando que a instituição não era lá muito amigável em relação às criptomoedas no passado.

Patt também levanta um ponto interessante: o Bitcoin foi criado para eliminar o risco de contraparte, e não para ser usado em um sistema que ele mesmo busca revolucionar. Ele explica que à medida que os bancos incorporam o Bitcoin, precisam começar a jogar de acordo com as regras do ativo, que são muito diferentes do que estão acostumados.

Na prática, isso significa que a gestão do risco terá que se adaptar para lidar com uma nova dinâmica, onde as criptomoedas estão disponíveis 24 horas por dia e sete dias por semana, em contraste com o que acontece com os investimentos tradicionais, que seguem um padrão de liquidação mais conservador.

## Bancos integrando ativos digitais

A iniciativa do JPMorgan está alinhada com um movimento mais amplo entre os bancos americanos, que estão incorporando ativos digitais em suas operações de empréstimo e gestão de ativos, especialmente em resposta a novas diretrizes federais sobre criptomoedas. Antes da implementação da Lei GENIUS em julho, os bancos já estavam se preparando para desafiar o mercado de stablecoins.

Além disso, o BNY Mellon se juntou ao Goldman Sachs para lançar um produto tokenizado no mercado monetário, o que reforça sua capacidade de lidar com ativos digitais. E o Morgan Stanley também anunciou novidades: ele permitirá que clientes de varejo negociem Bitcoin, Ethereum e Solana através da plataforma ETrade até o próximo trimestre. Recentemente, o banco afrouxou as restrições para investimentos em criptomoedas, tornando-os disponíveis para uma gama maior de clientes e contas, incluindo aposentadorias.

É um momento interessante e cheio de novidades para o setor financeiro e digital, e tudo indica que as criptomoedas estão se firmando cada vez mais no mercado.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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