Justiça levará Faraó dos Bitcoins e 11 réus a júri por assassinato
A Justiça decidiu recentemente que Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como o “Faraó dos Bitcoin”, e mais 11 réus irão a júri popular. Eles são acusados de envolvimento no assassinato de Wesley Pessano, um jovem de 19 anos, que foi morto a tiros em São Pedro da Aldeia, no Rio de Janeiro, em agosto de 2021.
Glaidson, à frente da GAS Consultoria Bitcoin, movimentou impressionantes R$ 38 bilhões em seis anos. Ele e sua esposa, a venezuelana Mirelis Zerpa, atraíram muitos investidores com a promessa de rendimentos de 10% ao mês em investimentos em criptomoedas. O problema? A empresa nunca teve autorização para operar legalmente no mercado financeiro.
A decisão de levar o caso a júri popular foi tomada pela 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que negou um recurso apresentado pela defesa de Glaidson e outros seis acusados.
As investigações apontam que Glaidson teria encomendado o assassinato de Wesley porque o jovem estava disputando o mesmo mercado de criptomoedas. Segundo relatos de testemunhas, Wesley chegava em uma barbearia em seu Porsche quando foi atacado por homens armados que estavam em outro veículo. Um amigo dele, que estava como passageiro, também foi atingido, mas sobreviveu.
Carla Pessano, mãe de Wesley, desabafou sobre a dor de perder o filho. Ela relatou que a angústia é diária e que está acreditando que a Justiça finalmente começa a ser feita.
A situação de Glaidson se agravou em novembro de 2021, quando a polícia prendeu Ananias da Cruz Vieira, suspeito de ajudar a planejar o assassinato de Wesley e de pagar os executores, que teriam recebido R$ 40 mil pelo serviço.
Além disso, Glaidson também é investigado por uma tentativa de homicídio contra um outro concorrente, Nilson Alves da Silva, conhecido como Nilsinho. Ele foi baleado enquanto dirigia uma BMW X6 em Cabo Frio. O motivo da encomenda, segundo as pesquisas, foi uma suposta ameaça de Nilsinho, que estava alertando os clientes de Glaidson sobre uma possível operação da Polícia Federal.
Recentemente, Mirelis Zerpa, a esposa de Glaidson, foi presa e deportada dos Estados Unidos, onde estava desde janeiro de 2024. O caso continua a provocar repercussões e desdobramentos em meio ao crescente interesse por criptomoedas no Brasil.