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Méliuz apresenta nova estratégia de bônus em BTC

O Méliuz está com uma novidade bem interessante no segmento de criptomoedas: eles anunciaram uma nova estratégia de tesouraria utilizando derivativos de Bitcoin (BTC). Essa mudança já começou a gerar comparações com a Metaplanet, uma empresa japonesa que ficou famosa por seu modelo agressivo de acumulação de criptomoedas, mas que agora enfrenta alguns desafios.

Para explicar um pouco mais, o Méliuz está vendendo opções de venda de Bitcoin, o que significa que eles fixam um preço para comprar a moeda no futuro. Quando fazem isso, eles recebem um valor imediato, chamado de prêmio, que será usado para comprar mais BTC. A intenção aqui é transformar a volatilidade do Bitcoin em um ganho constante, aumentando assim o que se chama de Bitcoin Yield, uma métrica que mede o rendimento sobre o que já foi acumulado.

### Méliuz e sua nova estratégia de BTC

O funcionamento dessa estratégia é bem simples. Se o Bitcoin se manter acima do preço que foi definido, o Méliuz fica apenas com o prêmio do contrato. Se o preço cair, a empresa terá que comprar BTC pelo valor previamente estipulado, mas eles acreditam que isso não é um problema. Na verdade, a ideia é justamente acumular mais da criptomoeda.

Por exemplo, se o Bitcoin estiver valendo US$ 100 mil e a empresa vende uma opção de venda com um preço de exercício de US$ 95 mil, ela pode ganhar com o prêmio ou será obrigada a comprar a moeda caso haja uma baixa. Se o preço do Bitcoin cair para US$ 90 mil, o Méliuz vai adquirir o BTC por US$ 95 mil, mas ainda assim terá o prêmio e aumentará suas reservas.

A empresa também se certifica de que essa operação é 100% garantida em cash, evitando surpresas. Menos de 10% do caixa operacional está sendo usado como garantia, o que mostra que eles têm um plano sólido. E nessa jornada, os resultados devem aparecer nos balanços trimestrais.

### A lição da Metaplanet e os riscos de comparação

A Metaplanet, que está listada na Bolsa de Tóquio, se tornou uma das maiores detentoras de Bitcoin do mundo, mas a situação não está fácil. Suas ações caíram 54% desde junho, enquanto o Bitcoin teve um leve aumento. Isso levantou dúvidas sobre como a empresa depende de um modelo de captação que está atolado.

Esse modelo, que funcionava bem quando as ações estavam em alta, agora não está gerando os resultados esperados e estão forçados a emitir mais ações, o que dilui ainda mais o capital dos acionistas. Apesar das dificuldades, a Metaplanet continuou comprando BTC, aumentando suas reservas para 20.136 bitcoins, avaliados em cerca de US$ 2,25 bilhões. Porém, analistas ainda permanecem céticos quanto ao futuro da empresa se essa pressão de venda continuar.

### Méliuz aposta em cautela e acúmulo gradual

Diferente da Metaplanet, o Méliuz segue um caminho mais cauteloso. A empresa não precisa de captações agressivas nem depende das oscilações da bolsa para comprar suas criptomoedas. Eles adotam uma abordagem mais gradual, utilizando derivativos e reservas de caixa para garantir que não haja surpresas financeiras.

Entretanto, a comparação entre as duas empresas é quase inevitável. Ambas estão navegando por mares desconhecidos, transformando-se em detentoras corporativas de Bitcoin, mas o caminho do Méliuz é mais seguro. A grande questão agora é se eles conseguirão equilibrar o aumento nas reservas com a necessidade de manter uma estrutura financeira sólida. A resposta a essa dúvida vai depender de como eles executarão essa estratégia e, claro, do próprio comportamento do mercado de Bitcoin, sempre afetado por fatores globais.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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