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Mercado Bitcoin apresenta tokens RWA com lucro garantido

O Mercado Bitcoin deu um passo importante ao lançar uma nova oferta de tokens RWA (Real World Assets), com um modelo de rendimento garantido, que promete impulsionar o financiamento de empreendimentos imobiliários em nosso país. Essa iniciativa é uma forma inovadora de usar a tokenização, especialmente em projetos ligados ao programa habitacional do governo, o Minha Casa Minha Vida.

Os tokens foram estruturados pela fintech Versi, que tem um foco claro em projetos imobiliários. Este novo título digital é lastreado em crédito imobiliário e busca captar R$ 13 milhões para financiar novas construções que vão beneficiar o programa habitacional. Interessante notar que essa venda acontece exclusivamente através da plataforma do Mercado Bitcoin, refletindo uma tendência crescente de transformação digital no setor.

Essa operação marca uma entrada firme da Versi no mundo dos ativos reais tokenizados, especialmente depois de já ter conseguido captar R$ 50 milhões por meio de um Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI) tradicional. Com um portfólio que já soma R$ 4,9 bilhões em Valor Geral de Vendas (VGV), a empresa está mostrando um apetite robusto por métodos de captação mais ágeis e dinâmicos.

Tokens RWA com lucro garantido

Uma das características principais do modelo da Versi é que não se trata da tokenização do imóvel em si, mas sim da dívida associada a ele. O token, portanto, atua como um instrumento de renda fixa, com um ciclo curto e lastro no fluxo de caixa dos empreendimentos. Isso não apenas facilita a aceitação dentro das normas legais do Brasil, como também reduz barreiras regulatórias.

Ebran Theilacker, CEO da Versi, destacou que a tokenização está profundamente ligada à estratégia de inovação da empresa. Esse formato novo ajuda a criar produtos que conversem melhor com o perfil dos investidores da plataforma, o que pode contribuir para um crescimento constante da fintech. Além disso, os investidores poderão acompanhar o desempenho dos projetos através da plataforma UNI da própria Versi, onde terão acesso a relatórios financeiros e informações atualizadas.

O lançamento ocorre em um momento estratégico, já que o Minha Casa Minha Vida está em forte expansão. Até agora, o financiamento do programa já soma R$ 136 bilhões, com a previsão de que 3 milhões de novas moradias sejam construídas até 2026. Até julho, 1,6 milhão de unidades já foram entregues, evidenciando a alta demanda por novas construções e, por consequência, novas opções de investimento.

Ampliação da estratégia

A parceria com a Versi está alinhada com a missão do Mercado Bitcoin de ampliar sua gama de ativos reais tokenizados. A empresa já tem experiência em estruturar operações de crédito privado, acumulando mais de R$ 1 bilhão em emissões na plataforma. Para o investidor que quer exposição ao mercado imobiliário sem precisar comprar um imóvel, essa nova oferta é uma alternativa digital que oferece renda fixa e um ciclo de retorno mais curto.

Contudo, o panorama brasileiro ainda apresenta algumas limitações. A tokenização de imóveis não garante a propriedade na prática, como explicou Juan Pablo Gossweiler, presidente do ONR. Segundo ele, os tokens não representam frações dos imóveis e não têm validade no sistema registral. Portanto, adquirir um token não é a mesma coisa que comprar um imóvel. Esse detalhe é crucial para quem considera investir nesse tipo de ativo, pois pode levar a confusões na hora de entender direitos e garantias.

Debate sobre a tokenização no Brasil

Esse tema tem ganhado destaque, principalmente após a suspensão da Resolução 1.551 do Cofeci, que buscava regulamentar a tokenização de imóveis. O ONR levantou preocupações sobre as competências do Cofeci, argumentando que algumas regras poderiam gerar confusão sobre direitos de propriedade. O cenário atual é um verdadeiro jogo de forças entre a inovação e a segurança jurídica, com a tokenização avançando em diversas áreas, enquanto o setor imobiliário ainda enfrenta obstáculos.

Apesar disso, o ONR busca desenvolver novos modelos tecnológicos que possam digitalizar o registro de imóveis, facilitando a operação com instituições financeiras. Os testes estão sendo realizados com blockchains corporativas, como o Hyperledger Fabric, que proporcionam segurança e controle de acesso. Os investimentos nesse sistema registral têm alcançado cerca de R$ 400 milhões, entre 2024 e 2026, focando na digitalização e na inteligência artificial para aprimorar os serviços eletrônicos. A plataforma RI Digital já permite que qualquer cidadão solicite certidões e matrículas sem a necessidade de ir ao cartório, tornando o processo mais acessível para todos.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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