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Metaplanet vende ações para financiar aquisição de BTC

A Metaplanet Inc, uma empresa japonesa que está ganhando destaque, acaba de concluir uma oferta internacional de ações que arrecadou impressionantes US$ 1,45 bilhão. O objetivo? Financiar a compra de Bitcoin. Foram emitidas 385 milhões de ações, com cada uma custando ¥553, e a liquidação está marcada para 16 de setembro.

Dessa quantia total, ¥183,7 bilhões (ou cerca de US$ 1,24 bilhão) serão fundo diretamente para a aquisição de Bitcoin durante os meses de setembro e outubro de 2025. A empresa, listada na Bolsa de Tóquio, já possui 20.136 BTC, com um valor estimado de cerca de US$ 2,25 bilhões. Isso a coloca entre as seis maiores empresas com maior quantidade de Bitcoin no mundo. Recentemente, a Metaplanet fez compras significativas, incluindo 136 BTC por US$ 15,2 milhões e 1.009 BTC por US$ 112 milhões.

A revolução dos tesouros corporativos asiáticos acelera

Outro movimento interessante do mercado é o da Nakamoto Holdings, que investiu US$ 30 milhões na oferta da Metaplanet. Essa é a primeira vez que a empresa, uma subsidiária da KindlyMD, investe em uma empresa de capital aberto focada em Bitcoin na Ásia. Após o anúncio, as ações da Nakamoto dispararam cerca de 77,2% na Nasdaq.

Seguindo essa onda, a Sora Ventures também lançou um fundo de US$ 1 bilhão para acumular Bitcoin, contando com US$ 200 milhões em compromissos regionais. E, adivinha? A QMMM Holdings anunciou um tesouro em cripto de US$ 100 milhões, resultando em um aumento astronômico de 1.736% em suas ações, que chegaram a US$ 207 na Nasdaq. O Japão se destaca nessa corrida, liderando a adoção de Bitcoin entre empresas. Mudanças nas políticas fiscais também estão ajudando, com propostas para reduzir a alíquota de ganhos de capital de 55% para 20%.

O efeito ‘flywheel’ enfrenta desafios com compressão do prêmio

A estratégia de financiamento da Metaplanet envolve um sistema chamado de ‘moving strike warrants’, que ajuda a levantar capital de forma eficiente enquanto as ações se valorizam. Contudo, essa tática enfrenta desafios: as ações da Metaplanet caíram 54% desde junho, enquanto o preço do Bitcoin subiu apenas 2%.

A desaceleração na acumulação de ações, que antes era de 160% até junho e agora está abaixo de 50%, levanta preocupações sobre a sustentabilidade do modelo. A relação de valorização de mercado da empresa, em comparação com suas reservas em Bitcoin, também viu uma queda acentuada, de oito vezes em junho para cerca de duas vezes atualmente.

Mesmo assim, o CEO Simon Gerovich vê a emissão de ações preferenciais como uma maneira de proteger os acionistas comuns de diluições, especialmente em tempos de flutuação de preços. No acumulado de 2025, a Metaplanet registrou um rendimento de 487% em Bitcoin, com sua acumulação saltando de 12.000 BTC para as impressionantes 20.000 BTC. Porém, as ações ainda estão com um desempenho abaixo do esperado.

Geração de receita via opções

Parte dos recursos obtidos na oferta será alocada para um negócio de geração de renda com Bitcoin, permitindo à Metaplanet expandir suas operações envolvendo opções. No segundo trimestre de 2025, a empresa arrecadou ¥1,9 bilhão com opções, além de buscar formas de receita recorrente através da venda coberta de calls.

Este modelo ajuda a criar uma base de acionistas, que cresceu mais de 1.000%, atingindo 128.000 investidores. Em pouco tempo, a Metaplanet se transformou de uma operadora hoteleira em dificuldades para uma das principais detentoras corporativas de Bitcoin na Ásia, em meio a um cenário global onde 31 entidades controlam mais de US$ 413 bilhões em reservas de criptomoedas.

Próximos passos da Metaplanet

A oferta internacional da Metaplanet foi feita com um desconto de 9,93% em relação ao preço de referência, garantindo um ponto de entrada interessante para investidores internacionais. Os recursos serão usados imediatamente para adquirir mais Bitcoin, com entrega prevista já para o dia seguinte à liquidação.

Esse movimento representa não só uma estratégia de investimento, mas também uma tendência crescente no mercado corporativo, que cada vez mais vê o Bitcoin como uma opção viável de tesouraria.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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