Notícias

Michael Saylor prevê interesse de IA em Bitcoin

Michael Saylor, um nome forte no mundo das criptomoedas, fez uma declaração chamativa recente: ele acredita que a inteligência artificial vai precisar do Bitcoin. Segundo ele, essa afirmação se baseia na crescente autonomia das máquinas e na necessidade delas de executar transações financeiras sem depender de humanos.

Em um post em sua conta no X, Saylor não só fez essa afirmação como acompanhou de uma imagem futurista. Embora suas declarações sejam normalmente provocativas, ele toca em um ponto relevante—maquinas autônomas já estão realizando transações e, frequentemente, precisam de um meio de pagamento eficiente.

Por que máquinas precisariam de BTC

A questão central é que os sistemas atuais de pagamento foram pensados para humanos, exigindo processos como verificação de identidade e autorizações manuais. O Bitcoin se destaca aqui porque funciona 24 horas por dia, sem depender de bancos. Além disso, ele permite transações programáveis, que podem ser executadas automaticamente por contratos inteligentes, e a verificação é feita de forma matemática, dispensando aprovações humanas.

Saylor argumenta, há algum tempo, que o BTC é melhor que outros ativos justamente por sua natureza digital. Máquinas não têm nacionalidade, não dormem e não confiam em instituições—elas precisam de um sistema de pagamento global e neutro.

Strategy acumula enquanto prega

A declaração de Saylor vem em um momento estratégico. Sua empresa, a Strategy, já possui uma quantidade enorme de Bitcoins—mais de 640 mil unidades. Mesmo diante de um mercado volátil, a empresa adicionou 168 BTC ao seu balanço por cerca de 18,8 milhões de dólares.

Recentemente, analistas do Citi deram uma nota ‘Buy’ para as ações da Strategy, destacando a companhia como um termômetro para o potencial de crescimento do BTC. Desde 2020, Saylor transformou o caixa corporativo da Strategy em uma reserva de valor em Bitcoin, e a eficiência da empresa em fazer essa transição tem chamado a atenção de muitos no mercado.

Economia autônoma de agentes de IA

Nos bastidores, companhias de tecnologia já estão desenvolvendo sistemas que possibilitam transações autônomas. Máquinas podem comprar poder computacional, contratar serviços e pagar por dados sem a intervenção humana. Essas operações são instantâneas e podem envolver valores minúsculos.

Os sistemas tradicionais não foram feitos para esse tipo de agilidade. Transferências podem ser lentas e onerosas, enquanto o Bitcoin permite que qualquer máquina, com a chave certa, realize transações de maneira independente.

BTC como protocolo neutro para máquinas

O que torna o Bitcoin ainda mais atraente é sua neutralidade. Ao contrário das moedas tradicionais, que são controladas por governos, o BTC permite que qualquer entidade anônima participe da rede. Isso se torna fundamental em um mundo onde IAs podem precisar operar globalmente, fazendo pagamentos entre diferentes países. Utilizar várias moedas locais complicaria o processo; o Bitcoin, no entanto, oferece uma solução universal.

Além disso, a oferta limitada de 21 milhões de Bitcoins evita a inflação. Isso é crucial para uma máquina que precisa de previsibilidade ao planejar suas transações.

Mercado reage com cautela às previsões de Saylor

Apesar do otimismo de Saylor, o mercado se mostra cauteloso. O preço do Bitcoin, no momento, está em torno de US$108.068, com uma leve queda em relação ao dia anterior. É bom lembrar que a criptomoeda chegou a um auge de preços em outubro deste ano, mas desde então, enfrentou uma queda expressiva.

As afirmações de Saylor costumam gerar agitação nas redes sociais, mas nem sempre resultam em mudanças imediatas nos preços.

Desafios técnicos para adoção por IA

Ainda assim, existem obstáculos práticos a serem superados. A rede do Bitcoin, por exemplo, tem uma capacidade de processar cerca de sete transações por segundo, o que pode não ser suficiente para uma economia dominada por máquinas. Se o uso do BTC por IAs se popularizar, a demanda por soluções mais rápidas, como a Lightning Network, crescerá.

Outro desafio é a volatilidade do Bitcoin, que pode flutuar drasticamente e complicar o planejamento de sistemas autônomos. As stablecoins poderiam ser uma opção mais segura, mas muitas delas dependem de entidades centralizadas, contradizendo a neutralidade que Saylor defende.

A segurança das chaves privadas também levanta preocupações. Se uma máquina controla Bitcoin, como garantir que ninguém roube ou perca esse acesso? Soluções como carteiras multiassinado podem ajudar, mas adicionam complexidade ao sistema.

Essas questões precisam ser resolvidas para que possamos ver máquinas gerenciando grandes quantidades de Bitcoin de forma autônoma.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo