Notícias

Microsoft deve restituir brasileira após ataque a Hotmail

Uma brasileira ganhou notoriedade após uma decisão da Justiça envolvê-la em um embate contra a Microsoft, uma das gigantes da tecnologia. A história começou quando o e-mail Hotmail dela foi invadido, e os hackers tentaram extorquir dinheiro em criptomoedas pela devolução do acesso.

Ela, que vive em Goiânia (GO), usava o e-mail há anos como principal porta de entrada para diferentes serviços, como redes sociais, marketplaces e até contas bancárias. No dia 16 de abril de 2025, começou a receber uma enxurrada de códigos de verificação de plataformas conhecidas, como Uber e Instagram. O pior veio quando ela percebeu que não conseguia mais acessar seu próprio perfil no Instagram, e todas as suas contas estavam conectadas ao Hotmail.

Para agravar a situação, os criminosos realizaram compras em seu nome em diversos sites, incluindo Amazon e Casas Bahia. Uma das entregas estava programada para Ceilândia/DF. Isso tudo trouxe um grande estresse à vítima, que relatou que a invasão afetou sua saúde mental, gerando ansiedade e medo da divulgação de informações pessoais.

Ao buscar ajuda judicial, a mulher contou que foi ameaçada com mensagens que exigiam pagamento em criptomoedas para que os hackers não divulgassem fotos íntimas. Ela tentou resolver a questão de maneira amigável com a Microsoft, mas não teve sucesso e decidiu buscar a justiça.

Decisão da Justiça e Compensação

Depois de ouvir as alegações da brasileira, uma juíza leiga de Goiás decidiu a favor dela. A Microsoft deverá restituir sua conta do Hotmail em até 20 dias, sob pena de multa diária de R$ 200, até o total de R$ 6 mil. Além disso, a empresa foi condenada a pagar R$ 3 mil em danos morais.

Curiosamente, a Microsoft não terá que arcar com as custas processuais ou honorários advocatícios.

Microsoft e sua Defesa

No decorrer do processo, a Microsoft tentou se esquivar da responsabilidade, alegando que o juizado especial cível não seria o apropriado para lidar com o caso. A empresa ainda argumentou que a brasileira não conhecia suas próprias medidas de segurança e que a conta permanecia ativa.

Em sua defesa, a gigante da tecnologia afirmou que a mulher não tinha provas concretas de que a invasão realmente tinha acontecido. Afirmou que suas informações de segurança estavam intactas e que o problema estava na falta de conhecimento da autora sobre como navegar nessas funcionalidades.

A Justiça, no entanto, rejeitou esses argumentos, ressaltando que o risco cibernético é uma responsabilidade das empresas de tecnologia. Essa decisão se alinha a outros casos em que responsáveis por serviços digitais têm sido considerados culpados por falhas em proteger os dados dos usuários.

De maneira geral, a Microsoft, dona de uma vasta gama de produtos como Hotmail, Office e XBOX, agora tem a responsabilidade de ressarcir sua cliente, mostrando que questões de segurança são cada vez mais um tema relevante no mundo digital.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo