MPF orienta sobre criptomoedas no Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas
Durante o evento do Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas, o Ministério Público Federal (MPF) trouxe à tona questões muito importantes, especialmente sobre como as criptomoedas estão se tornando um novo desafio no combate a esse crime.
Na quarta-feira (30), a Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU) se uniu ao MPF para realizar o Seminário Internacional sobre Tráfico de Pessoas e Contrabando de Migrantes. O evento rolou em Brasília, das 9h30 às 18h30, e reuniu pessoas interessadas em entender melhor como as autoridades estão lidando com esses problemas.
Os participantes puderam ouvir sobre a realidade enfrentada no Brasil em relação a esses crimes. A programação incluiu discussões sobre vários tópicos, como:
- Cooperação internacional no combate ao tráfico
- Identificação precoce e coleta de provas
- Crimes relacionados, especialmente o uso de criptoativos e a atuação de organizações criminosas
- O papel das redes e a assistência às vítimas
“Não podemos ignorar os criptoativos no combate ao tráfico de pessoas”
Um dos principais palestrantes foi Alexandre Senra, procurador da República. Ele abordou o tema “Crimes conexos, como o uso de criptoativos e a atuação da criminalidade organizada”. Senra apontou que os golpes relacionados a criptomoedas só têm crescido ao longo dos anos.
Ele enfatizou que não dá para lutar contra o tráfico de pessoas sem levar em conta o papel dos criptoativos e das tecnologias associadas, como a blockchain. Para ele, educar as vítimas de golpes cibernéticos é um passo essencial nesse combate. “Muita gente ainda acha que pode transformar R$ 1 mil em 1 milhão de reais”, destacava o procurador.
A formação dos agentes da lei também foi um ponto importante levantado por Senra. Ele acredita que, com a qualificação adequada, fica mais fácil entender e combater crimes que envolvem criptomoedas.
O uso de criptomoedas pela criminalidade
Senra também comentou que, embora a criminalidade esteja explorando cada vez mais as criptomoedas, isso ainda não é feito de maneira sofisticada. “Me sinto como um goleiro na marca do pênalti, prestes a defender um gol. É mais fácil pegar essas irregularidades do que se imagina”, explicou. O procurador destaca que o que parece complicado acaba sendo mais acessível aos olhos treinados.
Outro aspecto abordado foi o pseudoanonimato das operações com criptoativos. Isso facilita o trabalho dos agentes de lei, já que não precisam se preocupar com a proteção de dados pessoais, uma vez que lidam apenas com endereços alfanuméricos.
A data e sua importância
O evento contou com apoio do Programa de Cooperação entre a América Latina, o Caribe e a União Europeia em Políticas sobre Drogas (Copolad), além de representantes de diferentes instituições nacionais e internacionais focadas no combate ao tráfico de pessoas e ao contrabando de migrantes.
O Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas foi criado em 2013 pela Assembleia Geral das Nações Unidas, com o objetivo de conscientizar a sociedade sobre esse crime que afeta milhares de pessoas ao redor do planeta. Essa data serve para dar um destaque especial às vítimas e ressaltar a importância de uma atuação coordenada internacionalmente no enfrentamento desse problema grave.