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O futuro do agronegócio é digital: tecnologia no campo

No universo das tecnologias inovadoras, o blockchain vem se destacando como uma ferramenta poderosa, especialmente no agronegócio brasileiro. Nesta semana, vamos nos aprofundar em como essa tecnologia está reformulando o setor e trazendo avanços significativos, com a ajuda do especialista Fabián Molinengo. Ele é um expert em rastreabilidade e digitalização no mundo agro, utilizando tecnologias emergentes que estão mudando a forma como vivemos e trabalhamos no campo.

Fabián tem uma bagagem sólida em blockchain, inteligência artificial, Internet das Coisas (IoT) e geotecnologias, como imagens de satélite. Ele está à frente de iniciativas que ajudam monitorar e digitalizar ativos do campo, desde o rebanho até a gestão de recursos. Essa transformação traz à tona novas possibilidades para que os produtos agropecuários se tornem ativos financeiros rastreáveis e confiáveis.

A integração tecnológica é uma realidade que vai além da teoria. Fabián mostra na prática como essas inovações podem ser aplicadas para otimizar o setor.

Pecuária Digital: Monitoramento e Gestão Eficiente

A pecuária digital é uma revolução que traz muito mais que a criação tradicional de animais. Com o uso de sensores IoT acoplados às coleiras dos bovinos, é possível monitorar em tempo real informações como saúde, alimentação, peso e comportamento dos animais. Essa coleta de dados é analisada por plataformas em nuvem, alimentadas por inteligência artificial, que possuem o poder de prever ganhos de peso, detectar doenças precoces e até personalizar a nutrição dos animais. Isso não só aumenta a eficiência, mas também reduz perdas, tornando a produção mais rentável.

Além disso, a Inteligência Geoespacial é um complemento valioso nesse processo, permitindo o uso de imagens de satélite e dados de sensoriamento remoto para monitorar pastagens, uso de água e condições climáticas. Assim, os produtores podem planejar de forma mais precisa e evitar desperdícios.

A grande sacada é que todos esses dados são integrados ao blockchain, gerando um “passaporte digital” para cada animal ou lote. Com isso, se cria um histórico imutável de origem, vacinas e manejo, o que traz não apenas segurança, mas também ajuda a atender a regulamentações internacionais, como o EUDR, que exige que produtos como carne não estejam ligados ao desmatamento ilegal.

Transformando Animais em Ativos Financeiros

A tokenização abre um leque enorme de oportunidades. Ao transformar cada animal em um ativo digital, os produtores têm a chance de dividir seus rebanhos em milhares de tokens. Essa estratégia permite que pequenos e médios investidores tenham acesso a um mercado que, antes, estava restrito a grandes players, democratizando o investimento no agro.

Os tokens também podem ser usados como garantia para créditos, fortalecendo as relações com instituições financeiras. Para os bancos, isso significa confiar em garantias verificáveis, diminuindo riscos. Hoje, menos de 0,5% do mercado agro brasileiro utiliza esse tipo de solução, mas o potencial é colossal. Com mais de 238 milhões de bovinos no Brasil, os benefícios econômicos da tokenização têm tudo para revolucionar o setor.

Expansão do Modelo Digital

E não para por aí. A transformação na pecuária digital é só o começo. Lotes de grãos como soja, milho e café também podem ser tokenizados, permitindo que investidores adquiram frações de safras. Isso garante um aporte financeiro adiantado e seguro para os produtores.

Iniciativas voltadas para reflorestamento e créditos de carbono também podem se beneficiar da tokenização, incentivando práticas ambientais que geram novas fontes de receita. A utilização de geotecnologias e imagens de satélite assegura que cada token represente um ativo real e confiável, ampliando o valor de mercado e promovendo eficiência em toda a cadeia produtiva.

As Tecnologias por Trás do Agro Digital

A transformação do agronegócio através da tokenização é impulsionada por várias tecnologias emergentes:

  1. IoT (Internet das Coisas): Sensores conectados que coletam dados em tempo real sobre animais, pastagens e equipamentos, possibilitando decisões ágeis.

  2. Inteligência Artificial: Análise de grandes volumes de dados, que prevê resultados e detecta problemas antes que se tornem graves.

  3. Blockchain: Garante registros imutáveis e auditáveis de cada ativo, promovendo rastreabilidade e segurança.

  4. Geotecnologias: Análise de imagens de satélite e drones que possibilita o monitoramento ambiental e produtivo em larga escala, essencial para certificações.

Impactos no Setor e no Mercado

A tokenização está mudando o jogo, convertendo ativos físicos em instrumentos financeiros líquidos. Para investidores, isso significa entrar em um mercado que antes parecia inalcançável. Para os produtores, representa menor risco e acesso rápido a capital.

Além disso, a rastreabilidade melhora a posição do Brasil em mercados internacionais, onde os critérios de sustentabilidade são cada vez mais exigentes. Estudos do setor mostram que a tokenização pode trazer bilhões em liquidez, e práticas sustentáveis associadas à tecnologia podem aumentar o valor dos produtos em até 15% nos mercados globais.

A coleta de dados sobre rebanhos, pastagens e consumo de água possibilita uma análise mais completa do impacto financeiro e ambiental das ações tomadas.

Um Agro Mais Inteligente e Sustentável

O agro digital não é mais uma visão futura; é uma realidade que já está se concretizando. A tokenização de ativos, combinada com as tecnologias emergentes, está transformando a economia rural, tornando-a mais transparente e eficiente.

Os produtores têm acesso a mais liquidez e oportunidades de crédito, enquanto investidores entram em mercados antes considerados como exclusividade de poucos. Especialistas como Fabián Molinengo estão provando que essas tecnologias são viáveis e podem aumentar a produtividade, proteger ativos e atrair investimentos.

Este novo cenário não é apenas uma promessa; é uma realidade que vem se concretizando e que promete grandes mudanças para o futuro do agronegócio.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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