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O futuro multichain e o papel do Ethereum em debate

O futuro das criptomoedas parece ser multichain, um termo que reflete a ideia de várias redes funcionando ao mesmo tempo. No entanto, o Ethereum, que durante muito tempo foi o protagonista na popularização dos contratos inteligentes, está vendo sua liderança questionada. Essa análise surgiu durante o debate da última edição do “Digital Horizons”, evento promovido pelo MB e pelo Portal do Bitcoin, onde se discute frequentemente o mercado cripto e inovações tecnológicas.

Entre os debatedores estava Felipe Sant’Ana, fundador da Paradigma, uma empresa focada em pesquisa de criptomoedas. Ele expressou um olhar cético sobre o futuro do Ethereum, que completa dez anos neste mês de julho. Segundo ele, as fundações que sustentam a rede Ethereum limitam sua capacidade de oferecer transações rápidas e baratas. A escalabilidade do Ethereum depende de redes de segunda camada, o que torna o processo mais complexo.

Sant’Ana destacou a Solana como a principal concorrente do Ethereum, afirmando que ela seguiu uma abordagem de design mais focada. A ideia é que tudo ocorra dentro da mesma blockchain, o que a torna robusta, mas também mais pesada e potencialmente mais centralizada. “No final das contas, quem está comprando e vendendo quer agilidade e custo baixo”, comentou.

Por outro lado, Rony Szuster, que também participou do debate, acredita que haverá espaço para ambas as redes em um futuro multichain. Para ele, diferentes soluções podem coexistir, dependendo da necessidade do usuário. “Se a prioridade é descentralização, o Ethereum é a escolha certa. Se busca economia, Solana pode ser mais interessante”, argumentou Szuster, em uma conversa mediada pelo jornalista Cassio Gusson.

Potencial do Ethereum e Desafios

Szuster apontou que, para o Ethereum se manter competitivo, é essencial melhorar a interoperabilidade com suas redes de segunda camada. Essa tem sido uma das prioridades da comunidade nos últimos tempos. Se conseguirem fazer isso, o Ethereum poderá oferecer escalabilidade, descentralização e rapidez em suas transações.

Atualmente, a rede Ethereum tem mais de 13 mil nós e cerca de um milhão de validadores. Somando a isso, cerca de 8 mil desenvolvedores estão criando projetos dentro dela, e mais de 2 mil focam exclusivamente no Ethereum. Essa força de desenvolvimento é um bom indicador de que a rede vai continuar relevante.

“Ethereum está tomando seu próprio rumo, e só o tempo dirá se isso será bom ou ruim em termos de preço. O que importa é que ele terá um papel importante no futuro por ser mais descentralizado”, concluiu Szuster.

A Concorrência Aumenta

Sant’Ana concorda que o futuro será realmente multichain. Porém, ele observa que o Ethereum teve uma vantagem significativa ao ser a única rede com massa crítica até pouco tempo atrás — uma infraestrutura rica, com boas wallets, recursos de desenvolvimento e uma vasta documentação.

Agora, a situação está mudando. A Solana, por exemplo, começou a atrair desenvolvedores e a criar um ecossistema tão robusto quanto o do Ethereum. Essa transformação indica que a vantagem do Ethereum pode não durar para sempre. As oportunidades e desafios são claros e podem moldar o futuro do mercado cripto de maneiras surpreendentes.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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