Notícias

O impacto do Bitcoin na liquidez dos gastos públicos

Imagine o governo dos Estados Unidos como aquele tio rico que, na hora do aperto, sempre abre a carteira e despeja grana na mesa. O detalhe é que esse dinheiro não desaparece do nada — ele precisa ir para algum lugar. E adivinha? O Bitcoin encontrou seu jeito de entrar nessa festa.

Recentemente, o governo sancionou uma nova lei chamada “One Big Beautiful Bill” (BBB), que pretende liberar 3,4 trilhões de dólares, principalmente para áreas como agricultura, construção de muros e tecnologia de fronteira. Este é apenas mais um capítulo de uma história que já se arrasta há décadas.

A máquina de fazer dinheiro nunca para

Desde 2009, os EUA se tornaram uma verdadeira máquina de imprimir dinheiro, tudo sob a justificativa de “estímulos econômicos”. Começou com o ARRA, que liberou 831 bilhões para enfrentar a crise de 2008. Depois, veio o CARES Act, com mais de 2 trilhões para ajudar durante a pandemia. Teve ainda o Jobs Act, com 1,2 trilhão para infraestrutura, seguido pelo Appropriations Act de 1,5 trilhão em 2022 e, por fim, o Inflation Act de 891 bilhões. Em 2023, mais um Appropriations Act de 1,7 trilhão foi aprovado.

Isso é como um apostador que, a cada perda, dobra a aposta. A diferença aqui? Quem arca com a conta são os contribuintes.

A chave que muitos não veem é que, quando esses trilhões entram na economia, eles não ficam parados. Esse dinheiro está sempre em movimento, procurando um lugar seguro para se refugiar. E, claro, uma parte dele acaba nos mercados.

Imagina que você é um empreiteiro que conquistou um grande contrato do governo. Depois de pagar as contas, sobra uma boa grana. Em que você vai investir isso? Vai deixar na poupança, onde o rendimento é ínfimo? Ou opta por algo mais rentável?

Bitcoin: o aspirador de pó da liquidez global

É aqui que entra o Bitcoin, que se destaca como o aspirador de pó mais eficaz da história das finanças. Enquanto o ouro precisa de cofres e as ações dependem de empresas que podem quebrar, o Bitcoin é pura matemática — escasso por natureza e impossível de ser inflacionado.

Quando injetam trilhões de dólares na economia, uma parte sempre flui para ativos que não podem ser “diluídos” pelos mesmos governantes que criaram o problema. É como a água que busca o nível mais baixo: a liquidez encontra os ativos mais escassos.

O mais interessante é que tudo isso acontece de forma quase imperceptível. Não existe um aviso dizendo: “dinheiro do estímulo, vá direto para o Bitcoin”. É algo orgânico; empresas recebem contratos, investidores se preocupam com a inflação e fundos buscam proteção. Cada escolha individual, multiplicada por milhões de pessoas, acaba gerando uma força que canaliza essa liquidez para o Bitcoin.

O paradoxo delicioso

A ironia é deliciosa: quanto mais o governo tenta “estimulá-la” criando dinheiro do nada, mais fortalece o ativo que surgiu como uma alternativa ao sistema financeiro tradicional. É como apagar um incêndio jogando gasolina.

A BBB é apenas a mais nova peça desse quebra-cabeça. Ela representa um pouco menos da metade do que foi prometido nos pacotes desde o começo da pandemia. O padrão se repete: novo dinheiro entra no sistema, monta uma pressão contra a desvalorização e, com isso, parte dele acaba indo parar no Bitcoin.

Um panorama em meio ao movimento

Cada nova aprovação de um “Big Beautiful Bill” no Congresso é, sem querer, um grande comercial gratuito para o Bitcoin. Cada trilhão novo que surge é um lembrete do porquê Satoshi Nakamoto limitou a oferta de Bitcoin a 21 milhões de unidades.

O Bitcoin não precisa de campanhas de marketing caras; ele simplesmente existe, raro e imutável, enquanto os governos fazem o trabalho de vendas. É o investimento mais fácil: quanto mais os políticos gastam, mais atraente ele se torna.

Então, da próxima vez que você ouvir sobre um novo pacote bilionário (ou trilionário), lembre-se que, em algum lugar, o Bitcoin está capturando sua parte desse fluxo monetário.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo