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OpenSea muda de foco para superar crise financeira

A OpenSea, um dos gigantes no mercado de NFTs, está passando por mudanças drásticas e alguns até se perguntam se a empresa está à beira da falência. A revelação mais recente é que a plataforma planeja lançar seu próprio token e se transformar em um hub para negociação de ativos como memecoins e criptomoedas tradicionais, sinalizando que o antigo modelo de negócios baseado em NFTs já não sustenta a operação.

Em meio a uma queda acentuada no mercado de tokens não fungíveis, que viu obras digitais como CryptoPunks e Bored Apes perderem mais de 80% de seu valor entre 2022 e 2023, os números da OpenSea são alarmantes. O faturamento da empresa, que chegou a US$ 125 milhões por mês, despencou para cerca de US$ 3 milhões em outubro de 2023. Essa situação delicada fez com que a OpenSea reconsiderasse sua estratégia, especialmente com a concorrência crescente de plataformas que oferecem taxas menores, como a Blur.

Os usuários não reagiram bem às tentativas da OpenSea de ajustar as taxas de royalties. Comentários nas redes sociais acusaram a empresa de ser “maligna” e até de ser uma “piada”. Com essa pressão, a OpenSea decidiu tomar atitudes ainda mais drásticas, com seu CEO Devin Finzer demitindo mais da metade dos funcionários e chamando uma reunião com a equipe restante para discutir um “reinício” na empresa.

### OpenSea em Transformação

Com o histórico da OpenSea de milhões de usuários mensais, Finzer viu uma oportunidade de mudança. A nova proposta envolve transformar a plataforma em um local de negociação para todos os tipos de tokens, não só NFTs. Atualmente, a OpenSea já opera em 22 blockchains diferentes, conectando ordens de compra e venda de exchanges descentralizadas, como a Uniswap. Em outubro de 2025, a plataforma alcançou um total de US$ 1,6 bilhão em transações de criptoativos e US$ 230 milhões em transações de NFTs, um recorde que não se via há mais de três anos.

### A Nova Estratégia

A mudança de direção é, em parte, inspirada pela esposa de Finzer, que ele chama de “cofundadora silenciosa”. Segundo Finzer, a nova fase é uma resposta à evolução do mercado cripto, que frequentemente muda conforme a atenção se volta para Bitcoin e outras criptomoedas. Aprendizados de concorrentes como a Blur têm sido fundamentais, mostrando que custos mais baixos podem atrair traders, mas precisam ser sustentáveis a longo prazo.

Agora, a OpenSea busca focar mais nos traders e na liquidez global, reduzindo sua estrutura de gerência e deixando que cada engenheiro tenha um papel ativo no desenvolvimento. Essa nova abordagem visa criar um sistema mais enxuto e eficiente, especialmente em um período em que a tecnologia e o mercado estão em constante evolução.

### Lançamento do Token $SEA

O grande carro-chefe nessa nova fase será o token $SEA, com lançamento previsto para o primeiro trimestre de 2026. A ideia é que 50% do token seja direcionado à comunidade, enquanto a outra metade será financiada pela recompra de receita da plataforma. O $SEA terá funcionalidades como staking e governança, além de ser o núcleo do aplicativo móvel da empresa, que ainda está em desenvolvimento.

Contudo, o cenário também traz incertezas, principalmente em relação à regulamentação. A OpenSea já enfrentou questionamentos sobre sua atuação como uma bolsa de valores não licenciada, ainda que essa investigação tenha sido encerrada. A falta de checagens completas de KYC é um ponto que pode levá-los a enfrentar novos desafios regulatórios no futuro.

Com uma feroz concorrência no mercado, a OpenSea precisará continuar se adaptando. O desafio será se estabelecer não apenas como uma plataforma de negociação artística, mas como um verdadeiro hub financeiro no universo cripto. O futuro dela, sem dúvida, reserva reviravoltas, e apenas o tempo dirá quais serão as novas direções dessa gigante dos NFTs.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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