A Polícia Federal (PF) deu um importante passo na manhã de quarta-feira, 16, ao lançar a Operação Eurocyber. O foco da ação é um hacker brasileiro que é suspeito de invadir contas bancárias de pessoas na Europa.
As investigações indicam que as vítimas, principalmente, são moradores de Portugal e da Espanha. O grupo criminoso do qual o suspeito fazia parte não atuava apenas em um país; eles tinham uma rede transnacional, operando em diferentes nações.
Durante a operação, a PF cumpriu cinco mandados de busca e apreensão nas cidades de Imperatriz e Sítio Novo, ambas no Maranhão. Os agentes conseguiram recolher diversos dispositivos eletrônicos, computadores, mídias e documentos que podem ajudar nas investigações. Além disso, todos os bens e valores nas contas bancárias do investigado estão atualmente bloqueados.
Em nota, a PF do Ceará explicou que essa ação é uma continuidade da Operação Eurogolpes, que nasceu da cooperação com autoridades de segurança da Europa. Essa investigação avalia os danos causados por ataques cibernéticos em Portugal e na Espanha, cujos prejuízos já ultrapassam 7 milhões de euros — isso dá mais de 35 milhões de reais.
O criminoso que foi alvo da operação tinha um papel fundamental no esquema. Ele era responsável por desenvolver as ferramentas de fraude, criar páginas falsas e até vender dados bancários e pessoais das vítimas. Além disso, ele mantinha contato direto com outros membros do grupo na Europa, recebendo pagamentos em criptomoedas e valores via contas bancárias.
As acusações contra os envolvidos podem incluir lavagem de dinheiro, organização criminosa e estelionato eletrônico.
Relembre a Operação Eurogolpes, que hackers mandavam cartões presente de bitcoin
As investigações da Operação Eurogolpes começaram após um alerta dos representantes de Portugal e Espanha na EUROPOL, que informaram as autoridades brasileiras sobre os ataques. Esses ataques resultaram em milhões de euros desaparecidos dos dois países, com os valores chegando ao Brasil através de cartões presente que podem ser convertidos em bitcoin.
Naquela operação, foram executados oito mandados em estados como Ceará, Espírito Santo, Goiás, Pernambuco e São Paulo, além de diversas outras ações contra mais de 20 suspeitos, que incluíram o bloqueio de contas e bens.
Só na Espanha, as autoridades detectaram a compra de múltiplos cartões presente de bitcoin, e as perdas financeiras podem ultrapassar 1 milhão de euros. Já em Portugal, a polícia local realizou várias buscas e prendeu 26 suspeitos, a maioria deles brasileiros, que deixaram um rastro estimado em 7 milhões de euros em fraudes bancárias.
