Pix cumpriu o que as criptomoedas não conseguiram, afirma Nobel
Paul Krugman, o economista ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 2008, fez uma observação interessante recentemente: elogiou o sistema de pagamentos brasileiro, o Pix, enquanto fez críticas pesadas às criptomoedas. Para ele, o Pix está entregando aquilo que as cripto prometeram, mas não conseguiram cumprir.
Além de ser um nome respeitado no mundo da economia, Krugman é conhecido por suas críticas contundentes à indústria das criptos. Em 2022, ele até disse que o fim do Bitcoin estava próximo. E, mesmo com a criptomoeda tendo valorizado 600% desde então, ele mantém suas opiniões críticas.
Nobel de economia elogia Pix e critica EUA por adotarem stablecoins
Krugman não é o único a notar que o sistema bancário nos EUA está ultrapassado. Eric Trump, por exemplo, já comentou que os bancos estão com os dias contados devido aos problemas de lentidão e altos custos. Enquanto o Brasil se destaca pela inovação liderada pelo Banco Central, nos EUA a tendência tem sido impulsionar o setor privado, especialmente através das stablecoins.
Para Krugman, essa abordagem está errada. Ele destaca que o Pix está cumprindo aquilo que os entusiastas das criptomoedas falavam, mas sem sucesso: ele oferece baixos custos de transação e inclusão financeira.
Ele também compartilhou alguns números que chamam a atenção. Acredita-se que cerca de 93% dos brasileiros usam o Pix, enquanto somente 2% dos americanos usaram criptomoedas para pagamentos em 2024. Krugman não perdeu a oportunidade de criticar: “Usar o Pix não envolve riscos como sequestros e torturas para obter chaves de criptomoedas”, referindo-se aos episódios de sequestro envolvendo investidores.
Além disso, quando se trata de eficiência, o Pix se destaca: as transações são liquidadas em apenas 3 segundos e não geram custos para quem paga, uma economia significativa em comparação aos métodos tradicionais como cartões de crédito.
Economista critica governo americano por barrar criação de uma CBDC
Embora o Pix não seja uma CBDC (moeda digital de banco central), Krugman não poupou críticas ao governo dos EUA por barrar a criação e até os estudos para desenvolver uma. Ele mencionou o Genius Act, uma medida assinada por Donald Trump que impedirá avanços nesse sentido.
“Os republicanos temem, com razão, que muitos prefiram uma CBDC em vez de contas bancárias tradicionais ou stablecoins. E qualquer tentativa de criar uma CBDC completa enfrentaria forte oposição da indústria financeira”, explicaram as palavras de Krugman.
No entanto, ele também sugere que uma CBDC parcial poderia ser uma solução viável. “Por que não manter as contas bancárias privadas, mas criar um sistema eficiente e público para pagamentos? É possível, como o Brasil já mostrou”.
Ele ressalta que os EUA possuem um sistema semelhante, o Zelle, que é operado por um consórcio de bancos. Mas, segundo Krugman, “o Pix é muito mais fácil de usar”.
Vale lembrar que o FedNow, uma iniciativa lançada pelo Banco Central dos EUA em julho de 2023, funciona de maneira parecida com o Pix. No entanto, mesmo com algumas adesões, ele ainda está longe de alcançar a popularidade do sistema brasileiro.