Pix não é produto comercial e aceita novos participantes
A recente decisão do governo dos Estados Unidos de investigar o Pix gerou uma movimentação significativa entre os bancos brasileiros. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) saiu em defesa do sistema de pagamentos instantâneos, destacando sua importância para a competitividade no mercado. Em nota, a entidade enfatizou que o Pix é uma plataforma pública, aberta a bancos, fintechs e instituições nacionais e estrangeiras, reforçando a ideia de que a ferramenta equilibra o jogo no setor financeiro.
O puxão de orelha dos EUA, através do USTR (Escritório Representante de Comércio dos EUA), se baseia em uma lei que permite retaliações econômicas se práticas de outros países forem tidas como prejudiciais. No entanto, a Febraban acredita que a inquietação norte-americana surge de uma visão limitada dos objetivos e funcionamento do Pix. A entidade é otimista e espera que, nas audiências públicas convocadas pelo USTR, o Banco Central do Brasil e os bancos discutam abertamente o funcionamento da ferramenta.
O Pix está disponível para qualquer pessoa ou empresa que tenha uma conta em um banco ou fintech no Brasil, sejam brasileiros ou estrangeiros. É gratuito para usuários individuais, embora as empresas possam ter tarifas, independentemente de sua origem. Atualmente, a plataforma conta com impressionantes 168 milhões de usuários e movimenta cerca de R$ 2,5 trilhões mensalmente.
Após o anúncio da investigação, o Palácio do Planalto fez uma postagem bem-humorada nas redes sociais, afirmando: “O Pix é nosso, my friend.” Essa mensagem, publicada em defesa do sistema criado pelo Banco Central em 2020, visa destacar a eficiência e a modernidade do meio de pagamento que veio para facilitar a vida dos brasileiros.
A situação acontece em um contexto de tensão crescente entre os EUA e os países do Brics, que recentemente propuseram a criação de um instituto de inteligência artificial. Durante um fórum no Rio de Janeiro, líderes do bloco deixaram claro que não recuariam diante de pressões internacionais. A dinâmica entre essas duas potências e a defesa do sistema de pagamentos brasileiro promete trazer desdobramentos interessantes nos próximos meses.