Alvo de críticas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o Pix ganhou uma adesão impressionante de 160 milhões de pessoas, de acordo com os últimos dados do Banco Central (BC). O sistema de pagamentos instantâneos tem se tornado cada vez mais popular, incluindo soluções que permitem aos brasileiros usá-lo até mesmo no exterior.
Recentemente, Trump acionou uma investigação sobre práticas comerciais brasileiras, mas seu comunicado não mencionou o Pix diretamente. Enquanto isso, fintechs brasileiras estão se unindo a empresas de pagamentos internacionais para facilitar o uso do Pix fora do Brasil. Uma delas, a PagBrasil, está à frente desse movimento, permitindo que brasileiros que viajam possam usar o Pix em lojas e estabelecimentos em outros países.
A dentista Tuanny Monteiro Noronha, que viajou para Paraguai e Argentina nas férias de julho, é um ótimo exemplo dessa facilidade. Ela notou que, por onde passou, quase todos os lugares aceitavam Pix, especialmente em Ciudad del Este e em Buenos Aires. “Nos restaurantes, eram poucos os que não tinham essa opção”, contou.
Esse cenário favorável deve-se a um trabalho de fintechs como a PagBrasil, que facilitaram a aceitação do Pix no exterior, mesmo que, tecnicamente, o sistema não permita transferências diretas para contas em outros países. Esse uso está sendo viabilizado através de parcerias com empresas de pagamento, permitindo que o valor em moeda local seja convertido automaticamente para real no momento da transação.
Expansão do Pix
O CEO da PagBrasil, Alex Hoffmann, revelou que a ideia de um Pix Internacional surgiu quando ele passou o réveillon em Punta del Este, onde encontrou um público majoritariamente brasileiro. Desde então, o serviço se espalhou por diversos países da América Latina e até por lugares como Espanha, Portugal, França e, mais recentemente, Estados Unidos.
Na maior economia do mundo, a PagBrasil firmou uma parceria com a Verifone para oferecer pagamentos via Pix com conversão em tempo real de dólar para real. Essa gigante processa cerca de US$ 8 trilhões anualmente e tem uma presença significativa no mercado de varejo americano, o que promete facilitar ainda mais as compras dos turistas brasileiros.
Rápido e Prático
Atualmente, cerca de 75% da população brasileira utiliza o Pix, tornando-se o método de transferência preferido no país. Segundo o BC, o sistema já responde por quase metade das transações feitas no Brasil, superando até pagamentos com cartão de crédito e débito.
Tuanny reforçou que, com a insegurança sobre ter dinheiro em espécie, o Pix se torna uma alternativa muito prática, inclusive no exterior. Além disso, há também a possibilidade de usar o Pix em aplicativos que oferecem contas em multimoeda, onde o usuário pode converter o real para diferentes moedas instantaneamente.
A jornalista Verônica Soares, que está em Paris, também compartilhou suas experiências positivas ao utilizar o Pix. “Agora, faço um Pix da minha conta para um aplicativo, e converto instantaneamente para euro, tudo muito prático”, explicou.
Recentemente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Pix não corre risco de privatização e que não está em discussão nas negociações com Donald Trump.
