Polícia recupera 1.000 máquinas de mineração de bitcoin e perus
A polícia de Indiana, nos Estados Unidos, conseguiu recuperar uma grande quantidade de máquinas de mineração de Bitcoin que haviam sido roubadas. Cerca de 1.000 equipamentos, avaliados em aproximadamente US$ 700 mil (cerca de R$ 3,8 milhões), foram recuperados após um carregamento sequestrado em um caminhão no condado de Grant. O curioso é que, durante a investigação, a polícia também evitou um furto de US$ 75 mil (R$ 400 mil) em perus congelados.
Os equipamentos pertenciam à empresa Your Choice Best Ever, que atua na mineração de criptomoedas. A companhia notificou o roubo no dia 2 de outubro, mas não deu detalhes sobre um possível vínculo com os perus que estavam sendo furtados.
Em uma postagem no Facebook, o Departamento do Xerife do Condado de Grant compartilhou que os detetives conseguiram rastrear o carregamento até a área de Chicago e fizeram a recuperação das máquinas na semana passada. Até agora, ninguém foi preso, mas a investigação está olhando para possíveis participantes internacionais na trama criminosa.
Moradores da região acharam a situação engraçada e comentaram nas redes sociais, fazendo piadas sobre a mistura inusitada de mineradores de Bitcoin e perus. Algumas postagens brincaram que a polícia estava “devorando as acusações” e que os perus poderiam ajudar a resfriar os servidores que, na mineração de criptomoedas, costumam esquentar bastante.
Após a proibição da mineração de criptomoedas na China em 2021, muitas operações começaram a se deslocar para lugares como o Meio-Oeste dos Estados Unidos. Antes disso, a China era responsável por mais de 75% da mineração mundial de Bitcoin.
Esse movimento resultou em novos polos de mineração nos EUA e em outras partes do mundo. Atualmente, os Estados Unidos concentram 38% da mineração global, segundo uma pesquisa recente. Os locais mais populares para mineração incluem Texas, partes do Meio-Oeste americano, além de regiões nórdicas e na América Latina.
A Your Choice Best Ever, empresa dona das máquinas, seguiu o caminho de outras mineradoras que deixaram a China por conta do banimento. Fundada em 2014, a companhia tinha operações em Sichuan, Xinjiang e Yunnan antes de se mudar para os EUA, onde agora possui unidades em Indiana e Mississippi.
Essa rápida expansão da mineração de criptomoedas, porém, tem gerado debates nas comunidades locais. Muitas pessoas estão preocupadas com o alto consumo de energia e a poluição sonora provocados por essas operações. Por outro lado, apoiadores destacam a criação de empregos e os investimentos que essas empresas trazem, além da arrecadação de impostos.
Kadan Stadelmann, diretor de tecnologia da Komodo Platform, comentou que é fundamental que a indústria da mineração de criptomoedas seja mais transparente em relação ao impacto que gera nas comunidades. Ele acredita que a solução está em mostrar benefícios reais, como a geração de empregos e investimentos em projetos de energia renovável, em vez de se isolar diante das críticas.





