Queda do BTC para US$ 97 mil: causas e implicações
A situação do Bitcoin não está das melhores. A empolgação que muitos investidores tinham ficou um pouco abalada, e as preocupações no mercado aumentaram bastante.
Na tarde de ontem, o valor da criptomoeda caiu abaixo de US$ 100 mil e, para piorar, hoje (sexta-feira, dia 14), a situação se agravou, com uma queda de 5,8%, atingindo US$ 97.059. Se a gente falar em reais, o preço atual é de R$ 513.627.
Essa desvalorização não é por acaso. Muitos investidores estão cautelosos por causa de receios ligados à economia global, reflexo de eventos que também impactam o mercado tradicional. Por exemplo, a Nasdaq caiu cerca de 2% e, conforme analisou Ryan McMillin, diretor de investimentos da Merkle Tree Capital, o Bitcoin acompanhou essa tendência. A reabertura do governo dos Estados Unidos após um fechamento prolongado traz incertezas, e isso tem deixado o mercado mais inseguro.
Um detalhe que preocupa ainda mais é que essa nova proposta de lei de financiamento traz apenas uma solução temporária, enquanto os investidores começam a se dar conta dos impactos negativos que isso pode causar na economia como um todo. Recentemente, ficamos semanas sem informações econômicas importantes e, para completar, a Casa Branca confirmou que o relatório de empregos de outubro será divulgado sem a taxa de desemprego. Isso deixa todo mundo com um pé atrás.
Desvalorização do BTC: O que está acontecendo?
Além dos fatores macroeconômicos, outra questão que está pressionando o preço do Bitcoin é a venda acelerada por parte de investidores de longa data. Um relatório da Glassnode mostrou que muitos desses detentores estão começando a se desfazer de seus ativos, sinalizando que estão “acelerando suas vendas”.
Conforme mencionado, essas vendas atingiram um dos níveis mais altos do ano, especialmente enquanto o preço subia e a demanda começava a arrefecer. Aproximadamente 815 mil BTC foram vendidos apenas no último mês, o que elevou a pressão de venda ao maior nível desde janeiro de 2024.
Um ponto importante aqui é a demanda no mercado à vista, que também apresenta sinais de fraqueza. Isso se deve a diversos fatores, como resgates de ETFs de Bitcoin e uma menor pressão de compra nos Estados Unidos. Essa combinação dificultou ainda mais a absorção das vendas.
Charlie Shery, da corretora BT markets, ressaltou que, em tempos de venda intensa por grandes investidores, é essencial haver um suporte de compra suficiente. Mas, atualmente, esse suporte parece estar em falta, o que torna a situação ainda mais complicada. Ele mencionou que, no início do ciclo, os ETFs forneciam uma demanda constante, mas, sem esses compradores, a pressão vendedora está contribuindo para a queda contínua do Bitcoin.
McMillin alertou que, se o nível de US$ 98 mil não se mantiver, poderemos ver o ativo cair para a faixa dos US$ 90 mil, algo que já aconteceu em junho deste ano. O momento é delicado e o mercado parece ansioso por sinais mais claros que ajudem a recuperar a confiança.





