Raoul Pal, que antes trabalhou na Goldman Sachs e agora é o fundador da Global Macro Investor, fez suas apostas no futuro do Bitcoin e do mercado de cripto, mesmo após a recente correção. Para ele, essa fase chata é apenas uma “janela de dor” que precede uma nova onda de liquidez global. Isso acontece com a diminuição do aperto monetário e um aumento nos gastos públicos em grandes economias.
Em uma publicação no X, Pal comentou que a restrição de liquidez em dólares está pressionando o mercado cripto, mas ele acredita que um “tsunami” de estímulos está a caminho. Nesta quarta-feira, o Bitcoin estava sendo negociado em torno de US$ 103.152, apresentando uma queda de 5% na semana e 18% no último mês, segundo o CoinGecko. Já o Ethereum viu uma queda ainda maior, de 11% e 28% nesse mesmo período.
Liquidez como catalisador
Pal vê a recuperação das criptomoedas atrelada ao retorno da liquidez global. Ele acredita que isso ocorrerá quando o governo dos EUA começar a gastar novamente após o término do shutdown. Pelos cálculos dele, um total de US$ 10 trilhões em dívidas públicas precisará ser rolado nos próximos 12 meses, o que deve expandir a base monetária. Quando o Tesouro liberar entre US$ 250 bilhões e US$ 350 bilhões em gastos, ele prevê um enfraquecimento do dólar e uma valorização significativa dos ativos de risco, como o Bitcoin.
Além disso, Pal mencionou a proposta de lei CLARITY, que visa oferecer mais clareza regulatória ao setor cripto. Para ele, isso pode atrair mais instituições. Ele também citou a possibilidade de cortes de juros e estímulos econômicos vindos da China e do Japão como parte de um movimento mais amplo que pode levar a uma recuperação econômica em 2026.
É interessante saber que Pal se aposentou da gestão de fundos hedge aos 36 anos. Ele é famoso por ter introduzido termos como “zona da banana,” referindo-se àquele momento em que qualquer ativo pode se tornar “parabólico.” Além disso, ele já influenciou investidores como Robert Kiyosaki, autor do best-seller “Pai Rico, Pai Pobre,” a enxergar o potencial de valorização do Bitcoin.
Visão compartilhada sobre a queda do Bitcoin
O otimismo de Pal ecoa com o macroeconomista Arthur Hayes, cofundador da BitMEX. Ele também relacionou a recente queda do Bitcoin e a perda de US$ 400 bilhões em valor do mercado cripto com a diminuição da liquidez em dólar, que caiu 8% desde julho. Hayes acredita que, assim que os saldos do Tesouro se normalizarem após o shutdown, a liquidez vai começar a crescer novamente, o que deve impulsionar o preço do BTC. Em sua newsletter, ele comentou que o mercado deve continuar volátil “até que o QE disfarçado comece.”
Mesmo com todas essas oscilações, analistas como Pal e Hayes afirmam que as vendas são mais uma questão técnica, originadas por liquidações e alavancagem, e não por uma queda na demanda fundamental pelo Bitcoin.
