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Receita da Ethereum diminui, mas analistas destacam força da rede

No final de semana, um post provocativo agitou o mundo das criptomoedas. Um analista da Messari, conhecido como AJC, afirmou que o Ethereum está “morrendo”, citando uma queda na receita da rede em agosto. A análise dele apontou uma receita de US$ 39,2 milhões em taxas, uma diminuição de mais de 40% em relação ao ano passado e uma queda de cerca de 20% em comparação ao mês anterior.

Essa declaração gerou reações diversas. Muitos usuários se manifestaram em defesa do Ethereum, destacando métricas que ainda estão em alta. Eles lembraram que, além da renda, o Ethereum se destaca por sua robustez como uma commodity essencial. Isso significa que não deveria ser avaliado apenas pela receita, mas por seu papel no ecossistema cripto.

Ethereum ainda é um ecossistema vibrante

A queda na receita é, em parte, atribuída à atualização Dencun, implementada em março de 2024. Essa mudança diminuiu as taxas de transação em redes de segunda camada, que utilizam a Ethereum como camada base. Por outro lado, Henrik Andersson, diretor de investimentos da Apollo Crypto, ressaltou que o Ethereum continua forte. Segundo ele, dados da ferramenta de análise do Ethereum mostram que a rede mantém uma oferta robusta de stablecoins, além de um número crescente de endereços ativos, que já ultrapassou 552 mil em 30 de agosto, marcado por um aumento de 21% em comparação ao mesmo período do ano passado.

Acreditar no potencial da Ethereum se reflete em opiniões de especialistas. Andersson menciona que tanto a Ethereum quanto o Bitcoin são complementares em um portfólio de investimentos cripto. Ele acredita que a Ethereum está se posicionando como uma “camada base neutra e descentralizada” para as finanças, assim como o Bitcoin é visto como uma reserva de valor.

AJC, por sua vez, defendeu sua perspectiva de que a receita é um indicador crucial. Para ele, a redução no consumo de Ether (ETH), que historicamente impulsionou a demanda, não pode ser ignorada. Ele também argumentou que o número de endereços ativos e transações não significa muito se olharmos apenas para a demanda real.

Ethereum já foi declarado “morto” 40 vezes neste ano

Desde 2014, o Ethereum já foi declarado “morto” 150 vezes, segundo o Ethereum Obituaries. Neste ano, especialmente, esse número subiu para cerca de 40 declarações. Ryan McMillin, da Merkle Tree Capital, observa que isso acontece geralmente em momentos de queda na narrativa em torno da rede.

Ele acredita que, embora os contratos inteligentes sejam um campo competitivo e desenvolvedores possam, em tese, migrar para outras redes, a comunidade do Ethereum, seus protocolos DeFi estabelecidos e a aceitação regulatória asseguram um futuro mais promissor. Ele vê o Ethereum como uma blockchain com grande potencial de se tornar a favorita entre as finanças tradicionais, mesmo com a concorrência crescente de redes como Solana.

Apesar de não acreditar que a Ethereum esteja de fato “morrendo”, McMillin aponta que a rede tem enfrentado desafios por estar dividida entre a imagem do Bitcoin como “ouro digital” e a eficiência do Solana em termos de custo e velocidade.

Recentemente, a Ethereum se beneficiou de ETFs que trouxeram capital do setor tradicional, solidificando ainda mais seu papel no mercado de stablecoins. No entanto, essa vantagem pode estar por um fio, já que ETFs de Solana estão previstos para serem lançados em breve, o que pode mudar o cenário competitivo.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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