Reguladores dos EUA sugerem mercados 24/7 para criptomoedas
Os chefes das principais agências reguladoras financeiras dos Estados Unidos deram um passo interessante ao apresentar novas propostas focadas no universo das criptomoedas. Na sexta-feira, 5 de dezembro, Paul Atkins, presidente da SEC, e Caroline Pham, presidente interina da CFTC, fizeram um comunicado que traz expectativas sobre a adaptação dos mercados financeiros tradicionais ao ritmo acelerado do setor cripto.
O que está em jogo? Eles sugeriram a criação de mercados operando 24 horas por dia, 7 dias por semana. Isso mudaria muito a maneira como as bolsas de valores funcionam nos Estados Unidos. Desde que foi introduzida a negociação contínua, há 154 anos, as operações nas bolsas seguem horários específicos, funcionado somente em dias úteis.
Atualmente, com a movimentação constante de criptomoedas, ouro e bolsas estrangeiras, esses reguladores acham que é hora de mudar essa dinâmica. “A expansão do horário de negociação poderia alinhar melhor os mercados dos EUA com a realidade global sempre ativa”, afirmaram.
No entanto, é bom lembrar que nem todos os ativos seriam tratados da mesma maneira. Algumas classes de ativos poderiam se beneficiar mais dessa nova política do que outras. O que isso significa na prática? Ainda não está claro, mas é um sinal de que mudanças estão a caminho para fazer o sistema financeiro se adaptar melhor às novas tecnologias.
Recentemente, também houve uma proposta de permitir que criptomoedas fossem negociadas diretamente nas bolsas de valores e commodities dos EUA. Essa mudança seria um grande avanço, mas ainda assim, ficou claro que existem lacunas que precisam ser abordadas nessa nova abordagem regulatória.
Além disso, as propostas incluem facilitar a listagem de contratos de eventos em mercados preditivos e permitir que contratos de derivativos perpétuos, comuns nas exchanges de criptomoedas estrangeiras, sejam negociados livremente também em mercados americanos. Isso traz um pouco mais de flexibilidade para quem atua nesse setor.
Outra ideia foi criar “isenções de inovação” para protocolos DeFi que trabalham com negociações de criptomoedas à vista. Os presidentes das agências indicaram que essas propostas são alinhadas ao relatório que foi divulgado em julho, durante o governo Trump, que recomendava a redução das restrições para negociação de criptomoedas.
Amanda Fischer, diretora da organização Better Markets, alertou que essas propostas são complexas e sua implementação pode demorar. Para ela, essas mudanças poderiam criar um cenário arriscado, dando vantagens desproporcionais às empresas de criptomoedas em relação ao setor financeiro tradicional.
Na visão dela, a ideia de uma plataforma única onde se pode negociar títulos tradicionais, criptomoedas e contratos futuros pode não ser a melhor saída. O que se discute agora é se essas propostas serão de fato adotadas. Uma mesa redonda prevista para 29 de setembro deve aprofundar a discussão sobre essas ideias.
Paul Atkins já se referiu a empresas que operam com essa visão como “superaplicativos”, argumentando a favor da sua necessidade, especialmente em um mundo financeiro cada vez mais digital.
Durante um evento em julho, ele mencionou que uma corretora deveria ser capaz de oferecer uma diversidade de serviços sem a necessidade de múltiplas licenças, o que tornaria tudo mais simples e eficiente.
Os especialistas do setor de criptomoedas comemoraram essas propostas, avaliando como um avanço significativo para o futuro do setor e sua integração com as finanças tradicionais.