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Reino Unido perde espaço na disputa por criptomoedas, alerta ex-chanceler

George Osborne, ex-Chanceler do Tesouro do Reino Unido, está inquieto com o futuro das criptomoedas no país. Ele publicou um artigo no Financial Times expressando sua preocupação de que o Reino Unido já perdeu a primeira oportunidade de se destacar nesse mercado e está prestes a perder a segunda.

A primeira oportunidade mencionada é a adoção do Bitcoin. Devido a regulamentações severas, os investidores britânicos não têm acesso fácil a ETFs e acabam tendo que se voltar para empresas fora do país para realizar seus investimentos. Isso coloca o Reino Unido em desvantagem.

A segunda oportunidade, que está em jogo agora, refere-se às stablecoins. Enquanto os Estados Unidos estão avançando rapidamente nessa área, a libra esterlina está ficando de fora dessa revolução digital.

Perda de Oportunidades no Mercado de Criptomoedas

Em 3 de janeiro de 2009, Satoshi Nakamoto fez uma referência impactante ao registrar uma manchete do The Times no primeiro bloco do Bitcoin. A manchete, que falava sobre um resgate bancário, refletia bem a crise financeira que o Reino Unido enfrentava naquela época.

Quando George Osborne assumiu como Chanceler, em 2010, refletiu sobre como a abordagem da política britânica para as criptomoedas estava aquém do que poderia ser. Ele explicou que, na sua época, a mensagem era clara: “Se as criptomoedas estão aparecendo, queremos que aconteçam aqui.” Contudo, esse desejo parece não ter se concretizado.

Osborne destacou que, enquanto os americanos podem investir no Bitcoin por meio de ETFs como o da BlackRock, no Reino Unido os investidores não têm essa liberdade. Essa limitação faz com que mais de 8 milhões de britânicos que investem em criptomoedas tenham que buscar empresas estrangeiras para comprar.

Ele ironiza a situação ao falar que, apesar da proibição, os reguladores acabam “protegendo” os cidadãos de investirem no que tem sido considerado um dos melhores ativos financeiros da última década.

O Reino Unido Fica para Trás Novamente

Agora trabalhando para a Coinbase, Osborne destaca que o país está se atrasando novamente com relação às stablecoins. Outros países estão aproveitando a oportunidade, enquanto o Reino Unido, focado em outros problemas, se toma uma postura passiva em relação a essa evolução.

Os exemplos são diversos: Hong Kong, por exemplo, já criou um novo regime regulatório para emissores de stablecoins. Singapura e Abu Dhabi também estão na vanguarda desse movimento.

Ele ainda menciona que a União Europeia já legisla sobre criptomoedas, enquanto os Estados Unidos aprovaram um projeto de lei chamado Genius Act, com o objetivo de tornar o país um centro para inovações relacionadas a stablecoins. Em contraste, o Reino Unido parece estar apenas analisando a situação e sem ações concretas.

Atualmente, o mercado é dominado por stablecoins atreladas ao dólar, mas a libra esterlina continua completamente de fora desse cenário digital internacional. E, para completar, o artigo de Osborne foi publicado poucos dias após a Coinbase, onde ele trabalha, ter um comercial barrado no Reino Unido.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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