Sam Bankman-Fried não reconhece seu crime até agora
Sam Bankman-Fried, o fundador da corretora FTX que não deu certo, voltou a dar as caras no X (antigo Twitter) nesta quinta-feira (30). Quase três anos depois de ser preso, ele ainda parece não entender bem o que aconteceu com sua empresa.
Com a ajuda de um amigo, já que ele não tem acesso direto às redes sociais, SBF afirmou que a FTX não estava em falência quando ele deixou o cargo de CEO. Mas, na verdade, suas palavras parecem só jogar mais lenha na fogueira quando se trata de suas responsabilidades.
Documentos intrigantes da FTX
Recentemente, Sam publicou um documento de 15 páginas tentando dar uma explicação sobre a falência da FTX. O texto, datado de 30 de setembro, revela que o ex-bilionário ainda não aprendeu nada durante sua estadia na prisão.
Ele afirma que a crise enfrentada pela corretora em novembro de 2022 foi uma “crise de liquidez”, ou seja, falta repentina de dinheiro. SBF acredita que a situação estava a caminho de ser resolvida, até que advogados externos tomaram conta do caso. No seu documento, ele tenta argumentar: “A FTX nunca esteve insolvente, mesmo quando seus advogados a colocaram em processo de falência.”
O que ele argumenta é que, na visão dele, a FTX tinha dinheiro suficiente para devolver aos clientes suas criptomoedas, em espécie, ao invés de pagar em dólar, como fez a nova administração. Mas o grande problema disso tudo é que SBF estava, de fato, utilizando os depósitos dos clientes para investir em outras empresas e criptomoedas.
Esses investimentos indevidos impactavam diretamente os usuários da FTX, que estavam lidando com bitcoins falsos, ou seja, que simplesmente não existiam. Isso não afeta apenas a corretora em si, mas também modifica, de certa maneira, a escassez do Bitcoin e outras criptomoedas no mercado. Se a FTX não tivesse passado por uma corrida de saques, muitos dos problemas poderiam ter passado despercebidos, mas a situação só teria piorado com o tempo.
Arrependimentos de um ex-líder
Em um de seus últimos posts, SBF mostrou-se arrependido por ter cedido à pressão e deixado o comando da FTX. Parece que, em sua cabeça, ele ainda acredita que havia uma maneira de continuar escondendo suas atividades questionáveis.
Ele compartilhou: “Meu dever mais importante era agir corretamente em relação às partes interessadas da FTX: seus clientes, funcionários e investidores.” SBF acrescentou que em novembro de 2022, deveria ter mantido a firmeza e sido o líder que a FTX precisava, ao invés de recuar diante da pressão dos advogados que queriam colocar a corretora em falência.
Esse tipo de reflexão apenas revela que ele não reconhece plenamente as implicações de suas ações. No fundo, a realidade é que, ao se mostrar fraco em defender os outros, todos os envolvidos saíram prejudicados, incluindo ele mesmo.
 

 
						




