Senador Pontinho apoia blockchain e Drex no Blockchain Rio 2025
Nesta quarta-feira, 6 de setembro, começou o Blockchain Rio 2025, e o senador Carlos Pontinho usou a ocasião para falar sobre a importância de abraçar a tecnologia blockchain no setor público brasileiro. Ele acredita que o Brasil precisa superar alguns preconceitos e avançar com responsabilidade em sua transformação digital.
Pontinho mencionou que, em sua experiência como gestor, notou que a administração pública carece de soluções tecnológicas eficazes. Para ele, é exatamente nesse cenário que o blockchain pode oferecer grandes vantagens. “A gestão pública precisa de soluções eficientes, e essas soluções estão na tecnologia. Precisamos inserir os governos no mundo digital,” afirmou o senador.
Blockchain pode fortalecer o sistema eleitoral
Uma das propostas do senador foi a utilização do blockchain no sistema eleitoral do Brasil. Embora ele não tenha sugerido mudanças nas urnas eletrônicas, defendeu que a tecnologia poderia ser aplicada nos bastidores, reforçando a integridade e a inviolabilidade dos dados. “O voto é do cidadão e deve ser inviolável. Mas o sistema também precisa ser. Por que não usar o blockchain para garantir isso?”, questionou.
Pontinho ressaltou que vários países já implementam o uso dessa tecnologia para tornar seus processos digitais mais seguros. No Brasil, ele vê a modernização das zonas eleitorais com blockchain como um passo natural, desde que feito com discussões adequadas.
Além disso, o senador mostrou apoio à agenda digital do Banco Central, em especial ao projeto do Drex, a moeda digital brasileira. Como relator do tema no Senado, ele destacou a importância de debater isso sem medo. “Não podemos transformar inovação em tabu. Assim como falamos de blockchain nas eleições, precisamos conversar sobre o Drex com a mesma abertura,” disse.
Ele elogiou o novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e enfatizou a importância da autonomia do banco. Tanto Galípolo quanto seu antecessor, Roberto Campos Neto, foram reconhecidos por trazer o Brasil para a vanguarda da inovação financeira.
Tecnologia em constante evolução
O senador também lembrou que a tecnologia está sempre em evolução e o Brasil precisa acompanhar essa velocidade. Ele sugeriu que, além da impressão do voto, o país deve discutir de forma séria a adoção de sistemas blockchain em larga escala no setor público. “Vamos pensar no sistema, na inviolabilidade, na integridade. Outros países já fazem isso. A gente não pode ficar para trás,” enfatizou.
Para ele, o Congresso não pode ignorar uma realidade que já movimenta governos e mercados ao redor do mundo. “Por que não discutir uma moeda digital brasileira, se o mundo inteiro já vive essa realidade?”, indagou Pontinho, criticando o silêncio político sobre o assunto.
Ele também destacou que a sociedade está cada vez mais pressionando os governos a se posicionarem. Países como Estados Unidos e El Salvador estão na frente, adotando ativos digitais com estabilidade e regras claras. Ignorar esse movimento, segundo ele, seria perder uma grande oportunidade de inovar.
Banco Central avança com Drex, mas falta marco jurídico
Pontinho informou que o Banco Central do Brasil continua testando o Drex, mesmo sem um arcabouço legal completamente estabelecido. Essa iniciativa começou com Roberto Campos Neto e continua sob a presidência de Gabriel Galípolo, que permanece comprometido com a autonomia e a inovação. “O Banco Central é independente, por isso segue com os testes, mesmo sem o projeto final aprovado,” afirmou.
O senador também mencionou um projeto que está tramitando na Câmara, do deputado Eros Biondini, que visa permitir que o Brasil tenha reservas internacionais em moedas digitais. Para Pontinho, isso indica que a discussão já não é algo futurista, mas uma realidade presente que pede regulação imediata.
Ele enfatizou que o debate sobre ativos digitais deve contemplar preocupações sociais, mas não deve ser guiado pelo medo. O senador pediu que o Congresso abra espaço para discutir questões como stablecoins, moedas digitais soberanas e projetos como o Drex, sempre com transparência e participação da sociedade. “Se há preocupações sociais, não devemos fechar as portas, mas enfrentar o debate com responsabilidade,” concluiu.
El Salvador elogia o Brasil
Durante o evento, o presidente da Comissão Nacional de Ativos Digitais de El Salvador, Juan Carlos Reyes, compartilhou sua admiração pelo crescente número de empresas que atuam no mercado de criptoativos no Brasil. Ele se mostrou entusiasmado com o que o país vem desenvolvendo nesse setor.
“O número de empresas inovadoras que surgem do Brasil é extraordinário. O país já se consolidou como um dos ecossistemas mais relevantes do mundo em ativos digitais. Como representante de El Salvador — o país do Bitcoin — estou muito entusiasmado em ver tudo o que vocês têm realizado. E somos muito gratos pelo convite de nos unirmos a toda a América Latina sob o mesmo teto, junto com muitas empresas da América do Norte. É algo realmente inspirador,” comentou Reyes.