Na última terça-feira, a blockchain de segunda camada da Ethereum, conhecida como Base e desenvolvida pela Coinbase, enfrentou um pequeno grande problemão: ficou 33 minutos sem produzir blocos. E tudo isso aconteceu porque a rede fez uma mudança para um sequenciador de backup que não estava devidamente configurado para lidar com as transações.
O drama teve início às 6h07 UTC. O sequenciador ativo começou a se atrasar. Aí, entrou em ação o Conductor, uma espécie de sistema da Base que gerencia a disponibilidade e a confiabilidade dos sequenciadores. Contudo, ele redirecionou a rede para um “sequenciador de mainnet não saudável” e, claro, isso resultou na incapacidade de produzir novos blocos. A equipe da Base, via conta oficial na plataforma X, compartilhou essas informações do que aconteceu.
Jesse Pollak, criador da Base, informou que a equipe reagiu rapidamente. A rede foi totalmente recuperada às 6h40 UTC. Um tempinho a mais foi usado para garantir que não fosse necessário fazer uma reorganização na cadeia, segundo os relatos da Base sobre o ocorrido.
Base e a Centralização
Esse incidente trouxe à tona um ponto importante: a dependência da Base em sequenciadores centralizados para gerenciar transações em larga escala. Apesar de existir uma variedade de sequenciadores, todos eles dependem do Conductor, o que cria um ponto único de falha. Se algo dá errado, a rede pode parar.
Atualmente, a Base cuida de um valor total bloqueado de mais de US$ 4,1 bilhões. Para garantir mais segurança, a equipe afirmou que vai atualizar sua infraestrutura. O objetivo é garantir que todos os sequenciadores do cluster consigam lidar com a produção de blocos caso sejam escolhidos para essa tarefa.
Vale lembrar que essa não é a primeira vez que a Base enfrenta problemas. Em 5 de setembro de 2023, logo após seu lançamento, a rede sofreu uma interrupção na produção de blocos por impressionantes 43 minutos.
Liderança e comprometimento
O líder de engenharia da Base, conhecido como “aflock” na plataforma X, comentou sobre a seriedade com que a equipe leva a disponibilidade da rede. Ele ressaltou que não é possível sustentar uma economia global sem uma infraestrutura de rede robusta.
Ele fez questão de elogiá a equipe pela resposta rápida e disse estar satisfeito por terem encontrado diversas maneiras de aprimorar seus sistemas para o futuro.
Interpretações sobre a Interrupção
Alguns analistas do universo cripto enxergaram a interrupção da Base de uma forma positiva, considerando-a até um sinal altista. O ex-engenheiro da Coinbase e atual fundador da Save Finance, conhecido na comunidade como 0xrooter, mencionou que “só fazem barulho sobre o tempo de inatividade em redes que realmente têm usuários.”
Outro especialista, Mert Mumtaz, CEO da Helius Labs, comparou o incidente a interrupções que a blockchain Solana enfrentou em seu passado. Apesar dos desafios, Solana e Base continuam sendo algumas das blockchains mais ativas entre os usuários, com 2,83 milhões e 1,09 milhão de endereços ativos, respectivamente.
Atualmente, a Solana ocupa a segunda posição em valor total bloqueado em DeFi, com US$ 9,6 bilhões, enquanto a Base está na sexta posição. O cenário continua dinâmico, e os próximos passos da Base serão observados com bastante atenção.
