Serviço Secreto apreende US$ 400 milhões em criptomoedas
O Serviço Secreto dos Estados Unidos fez um verdadeiro “garimpo” no mundo das criptomoedas, apreendendo quase US$ 400 milhões em ativos digitais ao longo da última década. Esse montante fez com que a agência acumulasse uma das maiores carteiras de criptomoedas do planeta, de acordo com informações recentes. Mas como isso aconteceu? Vamos explorar um pouco mais esse tema.
O Centro Global de Operações Investigativas (GIOC) do Serviço Secreto utiliza uma combinação de ferramentas acessíveis, análise de blockchain e uma pitada de paciência para rastrear esses ativos. Recentemente, Jamie Lam, analista da agência, compartilhou detalhes em uma apresentação nas Bermudas, revelando que as investigações focam em fraudes que atraem vítimas para plataformas de investimento que parecem confiáveis, mas que acabam sendo um grande golpe.
Esses golpistas costumam seduzir as pessoas com imagens de pessoas atraentes — e aqui fica a dica: a bela moça ou o rapaz pode, na verdade, ser um grupo de golpistas em algum lugar distante, como na Rússia. “É assim que eles operam”, ressaltou Lam, com um olhar atento para essas situações.
Rastros de Blockchain Desmascaram Golpes com Criptomoedas
A equipe de Lam é habilidosa em usar informações que muitas vezes estão disponíveis ao público, como registros de domínio e transações em blockchain. Uma das metodologias inclui seguir o rastro digital deixado pelas criptomoedas. Em um caso, um pagamento levou os investigadores até uma outra carteira. Em outro, uma falha temporária em uma VPN revelou um endereço IP que ajudou a desmantelar um esquema de fraude.
Kali Smith está à frente dessa estratégia de combate às fraudes em criptomoedas. Sob sua coordenação, mais de 60 países aprenderam a reconhecer e rastrear crimes financeiros digitais. Smith comentou que, frequentemente, os agentes estrangeiros ficam surpresos ao descobrir a quantidade de fraudes que ocorrem em seus próprios países logo após uma rápida capacitação.
As investigações do Serviço Secreto abrangem desde esquemas de investimento romântico até casos de extorsão via redes sociais. Um exemplo marcante foi o de um adolescente em Idaho que, ao enviar uma foto comprometida, acabou sendo extorquido em US$ 600 antes de buscar ajuda policial. A equipe de investigação rastreou os pagamentos que levavam até um jovem que estava agindo como “mula” para o golpista, resultando em uma prisão na Inglaterra.
Golpes com Criptomoedas Causam Maiores Perdas
Os golpes relacionados a criptomoedas se tornaram a principal preocupação em relação a crimes cibernéticos nos EUA. Em 2024, foram reportados US$ 9,3 bilhões em perdas devido a fraudes desse tipo, o que representa mais da metade dos US$ 16,6 bilhões em prejuízos totais devido a crimes virtuais.
No primeiro semestre de 2025, já eram mais de US$ 2,47 bilhões em perdas por invasões e golpes, o que mostra um crescimento contínuo em comparação ao ano anterior. Para recuperar criptomoedas roubadas, muitas vezes é necessário contar com a colaboração de empresas do setor. A Coinbase e a Tether são exemplos de plataformas que ajudaram em investigações ao analisar transações e congelar carteiras suspeitas.
Essas situações demonstram que, apesar da digitalização e da inovação no mundo financeiro, o cuidado e a vigilância continuam sendo essenciais para proteger os usuários de fraudes e golpes. E, claro, o diálogo sobre segurança e conscientização sobre o uso de criptomoedas nunca é demais.