Stablecoins dominam as discussões no mercado de criptomoedas
As stablecoins já são uma realidade no mercado financeiro global e, cada vez mais, desbravam o universo das criptomoedas. A Blockchain Rio 2025 reforçou esse fato, mostrando que esses tokens, que são lastreados em moedas tradicionais, estão assumindo um papel de destaque, que antes era do Bitcoin e das finanças descentralizadas, pelo menos na esfera dos negócios.
O evento contou com a presença de grandes executivos de empresas como Tether e Circle, responsáveis pelas stablecoins mais populares, como o USDT e o USDC. As palestras e debates giraram em torno das oportunidades que essas moedas oferecem, ressaltando a sua importância no futuro dos pagamentos globais.
Se você olhar a programação, verá que stablecoins foram o tema central, abordadas em painéis como “Stablecoins e Adoção em Massa” e “Pagamentos com Stablecoin – Vivendo e Construindo na Prática”. O clima nos corredores também foi interessante, com muitos participantes discutindo como fazer negócios com esses tokens. Embora não sejam tão charmosos quanto o Bitcoin, as conversas estavam focadas em como utilizar essas moedas para facilitar transações.
Uma das questões levantadas durante o evento foi sobre a criação de stablecoins associadas ao Real. A ideia é que, com a transformação digital e a iniciativa de tokenização, toda moeda nacional tenha sua versão digital, facilitando contratos inteligentes e transações rápidas. Essa nova abordagem foi um tema repetido durante os dois dias.
## Câmbio e remessas, o primeiro alvo
A principal promessa das stablecoins é revolucionar a forma como o dinheiro é transferido pelo mundo. Silvio Pegado, diretor da Ripple para América Latina, disse que o mercado de câmbio como conhecemos vai passar por uma grande transformação. Para ele, não faz sentido continuar usando o dólar tradicional para transferências internacionais. O uso de stablecoins oferece muito mais eficiência. Pegado destacou que, no futuro, a adoção de stablecoins pode tornar a utilização do dólar convencional uma raridade.
André Portilho, do BTG Pactual, também destacou que as stablecoins têm um papel crucial nas transações internacionais, especialmente entre grandes quantias. Esse uso no chamado “mercado de atacado” é algo que tende a crescer bastante.
## Stablecoin do real vira realidade
Uma visão importante foi compartilhada por Thomaz Teixeira, CEO da BRL1, que comentou sobre a necessidade de stablecoins lastreadas na economia brasileira. Ele acredita que há potencial para esse tipo de ativo crescer, refletindo melhor a participação do Brasil na economia global.
Os casos de uso para a stablecoin do Real são diversos, abrangendo desde traders que operam com a moeda brasileira até empresas estrangeiras que precisam realizar pagamentos no Brasil. Teixeira mencionou que, utilizando stablecoins atreladas a títulos da dívida pública, podemos observar efeitos positivos na economia nacional.
Isso significaria que, ao usar esse sistema digital, os brasileiros estariam respaldados por um dos ativos mais seguros do país. Isso não apenas ajudaria a captar recursos para o Tesouro, mas também incentivaria práticas de poupança e investimento entre a população. A possibilidade de estrangeiros utilizarem a stablecoin para gastar no Brasil é particularmente interessante, pois poderia incrementar a liquidez no mercado e possivelmente contribuir para a redução de juros, devido à maior demanda dos títulos brasileiros.