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Standard Chartered é o primeiro grande banco a oferecer Bitcoin

O banco britânico Standard Chartered fez história ao se tornar o primeiro banco considerado “grande demais para falir” a oferecer negociação de Bitcoin e Ethereum através de plataformas tradicionais. Essa movimentação, que aconteceu na terça-feira (15), supera uma barreira que muitos concorrentes, há anos, tratavam com cautela.

A partir de agora, o Standard Chartered vai possibilitar que clientes institucionais realizem operações à vista de Bitcoin e Ethereum diretamente de sua unidade no Reino Unido. O legal dessa novidade é que eles poderão usar os mesmos sistemas de câmbio que já utilizam para transações comuns, como negociação de dólares, euros e ienes.

Segundo Bill Winters, o CEO do banco, os ativos digitais estão se tornando essenciais para a transformação dos serviços financeiros. Ele acredita que essa iniciativa abre as portas para inovação, inclusão financeira e crescimento. Diferente das corretoras de criptomoedas, que normalmente exigem contas separadas, o modelo do Standard Chartered agrega os ativos digitais diretamente nos departamentos de tesouraria. Isso é uma mão na roda para gestores que atuam no dia a dia.

Ao usar essa estrutura, os clientes poderão liquidar suas operações com criptomoedas com qualquer custodiante de sua escolha. Além disso, o banco também oferece sua própria solução de custódia regulada, que foi lançada no ano passado nos Emirados Árabes e, em janeiro, na Europa. E para dar aquele gás a mais, em maio, eles ampliaram esses serviços com uma parceria com a FalconX.

Grande demais para falir?

A entrada do Standard Chartered nesse novo mercado é vista como uma validação da crescente demanda do setor financeiro por soluções de negociação de criptoativos reguladas e com entrega física. Charmaine Tam, que é chefe de vendas na Hex Trust, comentou que essa movimentação demonstra uma convergência entre o sistema financeiro tradicional e os ativos digitais. Isso mostra que o setor está amadurecendo à medida que instituições renomadas, como o Standard Chartered, adaptam suas ofertas para atender às necessidades dos clientes institucionais.

Esse movimento é mais do que apenas um passo à frente para o banco; faz parte de uma tendência mais ampla. Tam observa que muitas instituições estão buscando maneiras variadas de gerenciar riscos e obter exposição ao mercado cripto. Isso indica um caminho mais claro em direção à integração total do setor financeiro tradicional com o mundo das criptomoedas.

Ela ainda compara essa atualização àquelas plataformas de corretagem que facilitaram o acesso ao mercado, como a Robinhood. No caso do Standard Chartered, a oferta que eles trazem complementa os ETFs de Bitcoin e Ethereum, criando um canal direto de negociação que já é familiar para as instituições.

Enquanto as plataformas voltadas ao varejo conseguiram abrir espaço para milhões de novos usuários, a proposta do Standard Chartered tem o potencial de aumentar a confiança institucional no mercado de criptomoedas. A importância disso se intensifica quando consideramos que o banco é um “G-SIB” — ou seja, um Banco Global Sistemicamente Importante. Isso significa que, se algo desse banco der errado, a estabilidade financeira global pode estar em jogo.

Esses grandes bancos estão sob regras mais rígidas, incluindo exigências adicionais de capital e planos detalhados para gerenciar crises.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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