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StarkWare implementa verificação de 1 MB do histórico do Bitcoin

A StarkWare, uma empresa que está na vanguarda da tecnologia de zero-knowledge (ou ZK), anunciou uma novidade bem interessante: a criação de uma prova ZK para a blockchain do Bitcoin (BTC) que pode ser usada diretamente em dispositivos móveis. Essa tecnologia permite verificar informações sem revelar os dados específicos, o que é um grande avanço.

O que essa prova faz? Ela contém todos os cabeçalhos de blocos do Bitcoin, desde o bloco gênese até hoje, mas não inclui todo o histórico, que atualmente ocupa mais de 680 gigabytes. Cada cabeçalho tem algumas informações essenciais, como o número da versão do software usado para minerar o bloco, a referência ao bloco anterior, um carimbo de data e hora, o tamanho do bloco, além de um número aleatório chamado nonce, que é como uma chave para adicionar o bloco ao livro-razão.

O tamanho da prova da StarkWare é bem compacto: só 1 megabyte (MB). Isso significa que os usuários podem verificar transações em menos de 100 milissegundos, algo que Abdelhamid Bakhta, chefe de ecossistema da empresa, destacou como uma grande vantagem.

Simplificando a Verificação de Pagamentos

A StarkWare baseou seu sistema na Simplified Payment Verification (SPV), um conceito do famoso white paper de Satoshi Nakamoto. Essa abordagem permite que nós leves verifiquem pagamentos sem a necessidade de baixar todo o livro-razão. Essa técnica é especialmente útil para quem quer usar Bitcoin sem a complexidade de ter um nó completo, que pode ser caro e difícil de configurar.

Armazenamento de Nós e o Debate na Comunidade BTC

Falar sobre requisitos para rodar um nó do Bitcoin é essencial. Eles são relativamente mais simples em comparação com outras blockchains, que podem exigir investimentos altos. Um nó do Bitcoin pode ser executado em computadores pessoais sem grandes problemas, já que o protocolo não exige hardware de ponta, apenas operações com dados que, desde 2009, somam 680 gigabytes.

Essa facilidade é fundamental para manter a descentralização do Bitcoin. Se os custos para operar nós aumentarem, só grandes provedores de serviços conseguirão manter suas operações, o que vai em contrariedade ao valor central que o Bitcoin prega.

Além disso, o armazenamento de dados não monetários, como inscrições e ordinais, levanta preocupações sobre a centralização. A recente atualização do software Bitcoin Core, que está prevista para outubro, deve remover o limite que restringe a quantidade de dados não monetários nas transações, o que pode impactar ainda mais a descentralização.

O limite atual do OP_Return, que é de 80 bytes, é visto como muito pequeno para a maioria dos conteúdos multimídia atuais. Com essa mudança, houve um aumento significativo no número de usuários rodando nós Bitcoin Knots. Este software alternativo é mais personalizável e permite que seus operadores controlem a quantidade de dados que desejam armazenar.

Atualmente, os nós Knots representam quase 20% da rede, um crescimento impressionante se comparado ao final de 2024, quando apenas 1% da participação era deles. Essa mudança mostra que a comunidade está buscando maneiras de adaptar e evoluir, mantendo sempre em mente os princípios que sustentam o Bitcoin.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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