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Traders cripto perdem US$ 1,8 bilhão em liquidações do ano

Traders de criptomoedas enfrentaram uma verdadeira tempestade no mercado na última segunda-feira, com liquidações que chegaram a quase US$ 2 bilhões. Muitos atribuem esse grande movimento a fatores técnicos, e não apenas a uma fraqueza nos fundamentos do mercado.

De acordo com dados da CoinGlass, mais de 370.000 traders foram liquidadas, totalizando cerca de US$ 1,8 bilhão em perdas. A maior parte desse prejuízo se concentrou em posições compradas de Ether e Bitcoin, mas as altcoins também sentiram o impacto.

O que aconteceu na prática? A capitalização do mercado de criptomoedas despencou mais de US$ 150 bilhões, atingindo um valor de US$ 3,95 trilhões – o menor em duas semanas. O Bitcoin caiu para menos de US$ 112.000 na Coinbase, enquanto o Ether viu seu valor cair abaixo de US$ 4.150, marcando uma das quedas mais significativas desde agosto.

Agora, com as coisas aparentemente calmas, os principais ativos estão encontrando um suporte provisório. Porém, é bom ficar atento, pois a correção que aconteceu em setembro pode ser um sinal de mais desafios pela frente.

Traders de cripto superalavancados: mesma história, nada de novo

Raoul Pal, fundador da Real Vision, comentou que esse tipo de movimento no mercado é bem comum. Ele explicou: “O mercado de cripto muitas vezes busca um grande rompimento, com traders alavancando suas posições antes dele. Quando a primeira tentativa falha, acontece a liquidação em massa, e só depois vem o verdadeiro rompimento, deixando muitos de fora.”

A CoinGlass apontou que esse foi o maior evento de liquidações long do ano. Já vimos situações semelhantes em fevereiro, abril e agosto, quando o mercado perdeu rapidamente centenas de bilhões.

Outros culpam a alavancagem em altcoins

O pesquisador conhecido como “Bull Theory” vê uma razão particular para essa onda de liquidações. Ele analisa que a alavancagem em altcoins estava em um nível insustentável se comparada ao Bitcoin. As liquidações do Ether passaram de US$ 500 milhões, o que é mais do que o dobro das liquidações no Bitcoin.

“Quando a alavancagem nas altcoins atinge um nível extremo, o mercado não consegue ignorar. Um movimento brusco para baixo provoca liquidações em cadeia, excluindo os traders menos experientes e ‘resetando’ o mercado”, explicou.

Nassar Achkar, diretor de estratégia da exchange CoinW, acredita que essa liquidação pode ser uma simples correção temporária, sem indicar uma mudança na tendência de alta a longo prazo. A perspectiva ainda é positiva para ativos de risco, como o Bitcoin.

Possível queda de volta à zona de suporte

Enquanto isso, Tony Sycamore, analista de mercado da IG, observou que o Bitcoin não está se comportando como as ações de tecnologia ou o ouro ultimamente. Ele sugere que isso se deve em grande parte a fatores técnicos. O ativo pode precisar de mais tempo para corrigir as altas que teve até a máxima de US$ 125.000 nos últimos 12 meses.

“Tecnicamente, uma queda para a zona de suporte entre US$ 105.000 e 100.000 faz sentido, com a média móvel de 200 dias em US$ 103.700. Isso poderia eliminar os traders menos preparados e criar oportunidades de compra antes de uma nova alta até o final do ano”, explicou.

Até agora, o Bitcoin já corrigiu cerca de 13% desde o pico em agosto, e a queda atual é de 9,5%, que ainda é leve se comparada a correções anteriores em ciclos de alta.

Curiosamente, o BTC tende a enfrentar desafios em setembro, já que caiu em 8 dos últimos 13 meses durante esse período. Entretanto, até agora, está com uma leve alta de 4% nesse mês. Historicamente, tudo muda em outubro, e muitos traders esperam um desempenho melhor nesse período.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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