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Trump e o perdão ao fundador da Binance: entenda o motivo

Nesta quinta-feira, 23, o mundo das criptomoedas ganhou um novo capítulo: Donald Trump decidiu conceder um perdão presidencial a Changpeng Zhao, conhecido como CZ, o fundador da Binance. Essa notícia colocou um ponto final em um dos episódios mais conturbados da história recente do setor cripto, cheio de política, poder e reviravoltas inesperadas.

Fontes ligadas à Casa Branca afirmaram que Trump estava convencido de que o governo anterior havia feito uma perseguição política a Zhao. Mas essa decisão não surgiu do nada. O perdão foi o resultado de meses de articulações discretas, alianças surpreendentes e gestos que, à primeira vista, pareciam apenas simbólicos. Uma simples foto tirada em Hong Kong pode ser o ponto de partida para todo esse desenrolar de eventos.

Trump, perdão e Binance: uma foto, quatro homens e um retorno improvável

Em um jantar à beira da Baía de Vitória, em Hong Kong, em 2025, quatro figuras icônicas do mercado cripto se reuniram: Li Lin da Huobi, CZ da Binance, Justin Sun da Tron e Kong Jianping da Nano Labs. Para quem acompanha o setor, essa imagem era muito mais do que um simples encontro; ela simbolizava o retorno de CZ ao círculo financeiro chinês, algo impensável até então.

Zhao passou a ser visto novamente com apoio de influências institucionais chinesas. Desde 2017, ele vivia como um exilado, sem sede fixa, defendendo uma ideologia de negócios que não conhece fronteiras. Mas o reencontro com figuras importantes de Hong Kong trouxe esperança e novas oportunidades.

Kong Jianping: o ‘salvador’ de CZ

Kong Jianping foi um dos nomes mais significativos desse reencontro. Ele, que já foi presidente da fabricante de mineradoras Canaan e atualmente é da Nano Labs, também faz parte do Comitê de Desenvolvimento de Web3 do governo de Hong Kong. Alguns meses após esse encontro, Kong anunciou a criação de um fundo de investimento de US$ 1 bilhão em BNB, o token da Binance, o que fez o mercado vibrar. Assim que a notícia foi divulgada, o valor do BNB subiu mais de 100% em um único dia.

Enquanto isso, CZ estava se recuperando de um golpe difícil: em abril de 2024, ele havia se declarado culpado de irregularidades e foi multado em US$ 4,3 bilhões, além de ter passado seis meses preso. Suas palavras foram impactantes: “Paguei uma multa política. Agora sigo em frente.” Mal sabia que em pouco tempo ele se tornaria uma peça-chave em um novo jogo político.

Estratégias bem arquitetadas

Antes de tudo isso, CZ já estava tomando medidas para se reintegrar ao mercado. Ele reatou laços com bancos de Hong Kong, firmou parcerias com a Huaxing Capital e também com a corretora OSL, que é licenciada na cidade. Rapidamente, as autoridades aprovaram a negociação do BNB em plataformas regulamentadas, consolidando assim a recuperação de sua imagem.

Enquanto consolidava seu apoio na Ásia, CZ estava também avaliando como conseguir proteção política no Ocidente. Foi então que se deu a famosa injeção de US$ 2 bilhões da Binance vinda do fundo soberano de Abu Dhabi, e de maneira inusitada, eles pagaram pela operação utilizando o USD1, uma nova stablecoin ligada à família Trump. Esse ato foi um marco na aliança entre CZ e o círculo mais próximo de Trump.

CZ e a família Trump

Meses depois dessa movimentação, CZ admitiu que a BNB Chain foi fundamental para a criação do USD1 e outros projetos relacionados à família Trump. Naquele momento, pareceu apenas uma coincidência a presença de Justin Sun e outros no círculo Trump, mas, com o tempo, se tornou um símbolo do retorno de CZ, que deixou de ser um fugitivo para voltar ao centro das atenções.

O perdão presidencial reposicionou a Binance no cenário político dos Estados Unidos, permitindo que seus produtos, como o BNB, pudessem voltar a circular sem restrições no mercado americano. O impacto foi instantâneo com a recente listagem do BNB em plataformas como Coinbase e Robinhood, um gesto que parecia normal, mas que na verdade dialogava com aquela famosa foto de Hong Kong.

Ao ser liberado, CZ expressou sua gratidão nas redes sociais, dizendo: “Agradeço ao presidente Trump. Fareis o que puder para ajudar os EUA a se tornarem a capital mundial das criptomoedas.” Contudo, esse agradecimento também remetia a um círculo de influências mais amplo que o acompanhou nessa jornada.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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