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União Europeia impõe sanções a criptomoedas ligadas à Rússia

A União Europeia decidiu sancionar pessoas envolvidas em uma operação que usava ativos digitais para contornar sanções e financiar campanhas de desinformação que favorecem a Rússia. Essa decisão foi feita dentro das diretrizes de Política Externa e de Segurança Comum da UE e foi anunciada nesta terça-feira.

Nove indivíduos e seis entidades foram alvos dessas sanções. Um dos sancionados é o influenciador Simeon Boikov, mais conhecido como AussieCossack, que tem vínculos com o Kremlin e é acusado de espalhar informações enganosas. Boikov, além de tudo, teria postado um vídeo manipulativo sobre supostas fraudes nas eleições dos Estados Unidos em 2024. Um relatório da TRM Labs apontou que ele arrecadou dinheiro por meio de várias plataformas, aceitando tanto contribuições em dinheiro quanto em criptomoedas.

Segundo a TRM Labs, Boikov interagiu com exchanges russas de alto risco que não exigem verificação de identidade. Ele também recebeu fundos através de serviços que convertem dinheiro em criptoativos e até de mercados na darknet.

Empresas Suspensas e a Questão das Stablecoins

Entre as sanções, está a A7 OOO, uma empresa acusada de tentar influenciar as eleições presidenciais da Moldávia em 2024, comprando votos. A A7 OOO foi fundada por Ilan Shor, um oligarca moldavo que está foragido, e supostamente usou a companhia para transferir cerca de US$ 1 bilhão de três bancos no país.

Vale lembrar que o Reino Unido também havia sancionado essa empresa em maio, por seu envolvimento na manipulação das eleições moldavas. A A7 OOO é ligada à A7A5, uma stablecoin lastreada no rublo, que se tornou uma das principais formas de transações na Grinex, uma exchange de criptomoedas vista como sucessora da Garantex, que já foi sancionada.

Criptomoedas e Conflitos Geopolíticos

A TRM Labs explica que a A7 foi criada inicialmente para facilitar o comércio entre países após a invasão da Ucrânia pela Rússia. A informação sugere que a Grinex e a A7A5 podem estar conectadas à importação de bens de uso dual da China para a Rússia, passando pela Ásia Central.

Esses bens podem incluir tecnologia e equipamentos que têm aplicações tanto civis como militares. Por exemplo, processadores usados em computadores ou que podem guiar mísseis, além de materiais como algodão, que pode ser desviado para uso em roupas ou em componentes de pólvora. A TRM Labs comentou sobre a decisão da UE, destacando que atingir tanto indivíduos quanto a infraestrutura que sustenta essas operações representa uma mudança estratégica da UE. O objetivo é interromper o fluxo de financiamento e a disseminação de narrativas enganosas.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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