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Vitalik defende base contra regulamentação da SEC para câmbio

Vitalik Buterin, um dos cofundadores da Ethereum, fez alguns comentários bem interessantes sobre a abordagem da layer 2 Base. Ele elogiou a forma como essa plataforma tem lidado com as questões de descentralização, especialmente em meio a preocupações recentes sobre o funcionamento do seu sequenciador e se ela deveria ser considerada como uma exchange.

Buterin destacou que a Base vem fazendo as coisas corretamente. Para ele, ao ser uma L2 em cima da Ethereum, a plataforma consegue utilizar recursos centralizados para melhorar a experiência do usuário, ao mesmo tempo que mantém uma ligação com a camada base descentralizada da Ethereum para garantir a segurança. Em suas palavras, a Base não tem custódia sobre os fundos dos usuários — ou seja, “eles não podem roubar fundos ou impedir você de sacar”. Isso é um alívio, não é mesmo? Afinal, quem não quer ter controle total sobre seu dinheiro?

Ele ainda reforçou que as verdadeiras layer 2s são não-custodiais. A ideia é que essas plataformas sejam extensões da Ethereum, e não apenas servidores que enviam informações sem um propósito claro. Essas observações de Buterin surgiram em resposta a um ceticismo crescente sobre como as redes de segunda camada estão sendo definidas, especialmente depois de um podcast onde a comissária da SEC, Hester Peirce, levantou dúvidas sobre a centralização em várias de tais redes.

O que exatamente são as L2s?

Muitas dessas layer 2s utilizam sequenciamento centralizado de transações para oferecer custos menores e evitar práticas ruins, como o front running, que é quando bots tentam se aproveitar de informações de mercado antes de outros traders. Peirce mencionou que se essas tecnologias funcionarem como exchanges centralizadas, isso pode trazer implicações regulatórias.

Ela deixou claro que se o sistema em questão for controlado por uma única entidade, isso parece muito mais com uma exchange, o que força uma reavaliação do que deveria ser regulamentado. Mas, por outro lado, se os ativos que estão sendo negociados não forem valores mobiliários, não há muito o que a SEC possa fazer.

Layer 2s: mais que simples exchanges

Paul Grewal, o diretor jurídico da Coinbase, também entrou na conversa, explicando que chamar os sequenciadores da Base de “exchanges” é um equívoco. Segundo ele, a SEC define uma exchange como uma plataforma que cria um mercado para reunir compradores e vendedores de valores mobiliários. Já as layer 2s são consideradas “blockchains de uso geral”, servindo como uma infraestrutura que processa transações e mensagens.

Ele fez uma comparação interessante, dizendo que as layer 2s são como a Amazon Web Services. Ambas podem hospedar aplicativos, incluindo exchanges, mas isso não faz delas exchanges em si. Se uma exchange opera na AWS, a AWS continua sendo apenas um provedor de infraestrutura.

Sequenciadores e suas funções

Jesse Pollak, um dos cofundadores da Base, trouxe mais clareza sobre como os sequenciadores funcionam. Ele explicou que os usuários podem transacionar através do sequenciador da Base ou diretamente pela Ethereum, garantindo a descentralização e evitando censura. É como ter uma faixa prioritária que facilita o tráfego, ajudando os usuários a chegarem mais rapidamente ao seu destino.

Pollak também desmistificou a ideia de que os sequenciadores atuam como matching engines. Eles não ajudam a unir ordens de compra e venda como uma exchange, mas apenas definem a ordem em que as transações são processadas. Se as layer 2s fossem tratadas como exchanges, elas precisariam se registrar na SEC e seguir uma série de regras rígidas, causando um impacto na maneira como operam.

Em suma, a conversa em torno de layer 2s, suas funções e papéis no mundo das criptomoedas está apenas começando e continua a evoluir enquanto mais pessoas se interessam por essa nova fase da tecnologia financeira.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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