Wall Street pode impulsionar melhorias na privacidade do Ethereum
Defensores da privacidade têm motivos para ficar animados com a crescente aceitação das criptomoedas por instituições financeiras. Danny Ryan, cofundador e presidente da Etherealize, acredita que, à medida que o mundo financeiro se integra ao blockchain, a privacidade se torna um aspecto crucial. Para ele, não dá para imaginar um funcionamento pleno dos mercados se tudo for exposto para todos.
Ele comentou que “o mercado não funciona, e não pode funcionar plenamente, às claras”. Essa declaração reflete a realidade de que, se quisermos trazer as operações tradicionais para o blockchain, a ideia de transparência absoluta pode ser um obstáculo.
Recentemente, a Etherealize arrecadou US$ 40 milhões para desenvolver uma infraestrutura voltada para a negociação e liquidação de ativos tokenizados, utilizando tecnologias como provas de conhecimento zero (ZK proofs). Esse tipo de tecnologia é essencial, pois, ao operar em um blockchain público, os usuários deixam um histórico que pode ser acompanhado por qualquer um. Isso pode fazer com que entidades mais cautelosas hesitem em realizar transações abertamente.
Ainda que o governo dos EUA tenha tomado medidas contra serviços que promovem a privacidade, como Tornado Cash, Ryan vê a demanda de Wall Street por privacidade como uma oportunidade. Ele acredita que, com o desenvolvimento do mercado, a necessidade de privacidade ficará mais evidente e trará benefícios até mesmo para usuários comuns.
As provas ZK são uma solução interessante. Elas permitem que informações sejam validas sem revelá-las diretamente. Esse conceito é especialmente relevante para criptomoedas que priorizam a privacidade, como o Zcash. Recentemente, o ecossistema Ethereum investiu bastante em tecnologias que suportam essa abordagem.
Curiosamente, algumas empresas estão adotando rotas diferentes para garantir a privacidade em suas próprias blockchains. A Tempo, por exemplo, desenvolvida com apoio da Stripe, está criando uma rede com medidas de privacidade integradas. Outra iniciativa, chamada Arc, está sendo projetada pela emissora de stablecoins Circle e promete ter transações com proteções específicas.
Esses movimentos sugerem que a privacidade nas criptomoedas pode evoluir independentemente do interesse de Wall Street. No entanto, Ryan está otimista, e acredita que nos próximos anos, a privacidade no Ethereum vai se tornar mais comum. Ele aposta em aplicativos customizados que lidam com a privacidade de uma forma mais detalhada e adaptada às necessidades dos usuários.