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Derivativos de criptomoedas e o preço recorde do Bitcoin

O Bitcoin voltou a fazer barulho no mercado, subindo mais de 6% em apenas um dia e chegando a ultrapassar a marca de US$ 118 mil. Essa movimentação rápida envolveu mais de US$ 1 bilhão em liquidações, principalmente de traders que apostaram na queda da moeda, as chamadas posições vendidas.

Segundo analistas, essa alta repentina foi impulsionada pela necessidade de cobrir essas posições perdidas, mas a demanda real ainda deixa um pouco a desejar. A situação é a seguinte: enquanto o preço do Bitcoin deu um salto, as taxas de financiamento estão relativamente baixas, o que sugere que esse impulso pode não durar se novos investidores não aparecerem. Em outras palavras, não dá para confiar apenas na sorte.

### O que aconteceu nas últimas 24 horas

Na sexta-feira, mais de US$ 1 bilhão em posições foram liquidadas no mercado de criptomoedas, quando o Bitcoin alcançou seus novos patamares. Desses, cerca de US$ 963 milhões eram de pessoas que acreditavam que o valor da moeda iria cair, mas acabaram pegando um susto com essa alta. Essa liquidação forçada fez com que o número de contratos abertos caísse drasticamente.

O “interesse aberto” se refere ao total de contratos de derivativos que ainda estão ativos e não foram liquidados. E tudo isso ocorreu durante um momento de “cobertura de posições vendidas”, que não necessariamente indica que novos investidores estão entrando no mercado. A conclusão de Wenny Cai, sócia da plataforma de derivativos SynFutures, é que o Bitcoin está em uma fase vulnerável.

### Demandas e expectativas no mercado

Cai ainda comentou sobre o livro de ordens, que é só mais uma forma de olhar para a quantidade de ordens de compra e venda disponíveis. Os últimos números mostram que a demanda está alta, mas essa alta parece muito mais impulsionada pelos contratos futuros do que pelo interesse real em comprar Bitcoin.

Além disso, as taxas de financiamento nas exchanges, que medem o custo para manter uma posição em derivativos, continuam baixas. Isso aponta para um “otimismo moderado”, sem sinais de uma bolha prestes a estourar. Cai acredita que, sem um novo grande influxo de dinheiro, esse ímpeto pode acabar logo.

### Impacto da economia dos EUA

Por trás dessa alta no Bitcoin, está também a situação econômica dos Estados Unidos. O dólar americano está em queda, com uma desvalorização de 10,8% em relação a outras moedas importantes neste ano. Esse cenário geralmente faz com que os investidores se sintam mais dispostos a correr riscos, o que pode beneficiar o Bitcoin.

Uma moeda americana mais fraca pode levar o Bitcoin a ganhar valor nominalmente, mesmo que o seu valor real não mude muito. Algumas pessoas vêem o Bitcoin cada vez mais como uma alternativa ao ouro, especialmente com a inflação e uma política monetária mais flexível.

### Potencial de alta no futuro

Para os mais otimistas, Georgii Verbitskii, fundador da plataforma DeFi TYMIO, vê a quebra da barreira dos US$ 112 mil como um sinal forte e acredita que a tendência de alta deve continuar. Com o Bitcoin rompendo os US$ 113 mil, o foco dos contratos na Deribit, uma das maiores exchanges de derivativos, vai para valores em torno de US$ 115 mil e US$ 120 mil.

É um momento instigante para quem acompanha o mercado de criptomoedas. Acompanhar esse cenário pode ser fundamental para entender como o Bitcoin se comporta em meio a tantas variáveis econômicas.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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