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Banco do Vaticano desmente associação a projeto de token falso

O Banco do Vaticano, formalmente chamado de Istituto per le Opere di Religione (IOR), acaba de esclarecer que não tem nenhuma relação com uma criptomoeda fraudulenta que está circulando por aí. Essa moeda falsa, chamada ‘Vatican Chamber Token’ (VCT), se apresenta como um projeto sério, mas na verdade é pura enganação.

Os criadores desse golpe montaram um site de phishing que tenta atrair pessoas com a promessa de um “convite exclusivo para se juntar a uma das instituições financeiras mais prestigiadas do mundo”. Para dar uma aparência de legitimidade, afirmam que a tal ‘Vatican Chamber of Trade’ está aceitando novos participantes “pela primeira vez em anos”.

Para piorar, o site chega a usar o número real do Banco do Vaticano. Um representante da instituição confirmou ao Cointelegraph que esse projeto não é autenticado e, na verdade, é um esquema.

Golpe da ‘Vatican Chamber of Trade’ é exposto

Uma pesquisa mais aprofundada revelou que não existe nenhuma organização chamada ‘Vatican Chamber of Trade’ dentro do Vaticano. Para dar uma falsa credibilidade, os golpistas ainda tentaram adicionar um link na Wikipedia do Banco do Vaticano, dizendo que essa suposta câmara foi criada em 1950. Mas esse link aparece em vermelho, o que indica que não tem fonte ou validade e sugere que se trata de vandalismo.

O site informava que os membros aprovados teriam acesso a reuniões privadas com investidores, além de serviços de custódia e uma dose generosa de “credibilidade e reconhecimento”. Eles também prometiam a possibilidade de participar da pré-venda do falso token VCT, com prioridade em ofertas de ativos e eventos exclusivos.

Critérios de elegibilidade levantam suspeitas

Os golpistas definiram critérios de elegibilidade bem rigorosos, exigindo que os candidatos ¿comprovassem administração de empresas registradas e conforme as leis locais e internacionais. Para negócios tradicionais, a receita anual mínima exigida era de 100 mil euros (cerca de R$ 540 mil). Por outro lado, projetos no universo cripto precisavam demonstrar um valor total de pelo menos 300 mil euros bloqueados ou 500 mil euros em volume de negociação acumulado nos últimos 12 meses.

Além disso, os promoventes afirmam que os candidatos precisam estar alinhados com os “valores centrais” da tal organização, que incluem transparência, responsabilidade, inclusão financeira e sustentabilidade.

Os golpistas ainda alegam que o token VCT permitirá que investidores participem do crescimento da ‘Vatican Chamber of Trade’, prometendo que ele seria lastreado por um portfólio diversificado de ativos tokenizados e projetos reais. A oferta total proposta é de 10 milhões de tokens, cada um supostamente valendo 25 euros. No entanto, uma parte significativa do fornecimento iria para um fundo de reserva para garantir “o desenvolvimento futuro e a estabilidade operacional”.

O botão de “comprar token” redireciona os usuários para uma página da Coinbase, mas a URL indica que o site viria de um subdomínio já deletado controlado pela plataforma. A Coinbase permite que qualquer um crie um subdomínio gratuito, o que facilita ainda mais a atuação desses golpistas, que não precisam validar a identidade do usuário.

Esse caso é só mais um entre muitos que têm sucedido no mundo das criptomoedas. Recentemente, um pastor nos EUA enfrentou acusações de fraude por ter supostamente roubado mais de 1.500 investidores em um esquema mirabolante. As fraudes têm aumentado, e é preciso ter cuidado e estar sempre atento a essas armadilhas.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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