Nesta sexta-feira, dia 25, durante um bate-papo na Expert XP, a B3 anunciou que está de olho em novas oportunidades para expandir sua oferta de investimentos em criptomoedas. O painel teve a presença de Marcos Skistymas, diretor de produtos da B3, e Bruno Marques, da Academia Cripto, ambos guiados por Alex Carvalho, um analista da XP. Eles discutiram as transformações que estão acontecendo no cenário de traders e investidores.
Skistymas ressaltou que a bolsa brasileira está atenta às novas demandas do mercado e está sempre buscando soluções para diversificar as opções disponíveis aos investidores. O papo também trouxe à tona algumas das novidades da B3, incluindo a redução dos contratos de Bitcoin, Ethereum e Solana, além da introdução de um novo Contrato Futuro de Ouro (GLD).
Além de simplificar os contratos, a bolsa também abaixou a margem de garantia, tudo isso para facilitar a entrada de mais investidores, especialmente os de varejo, no ambiente regulado. Isso demonstra um passo importante para atrair novos participantes para o mercado, tornando-o mais acessível.
Durante o evento, Luiz Masagão, vice-presidente de produtos e clientes da B3, confirmou que a bolsa vai estender seu horário de funcionamento a partir de outubro. Os contratos futuros de Bitcoin (BITFUT) serão os primeiros a operar nesse novo horário, que vai das 8h às 20h, de segunda a sexta. Masagão comentou que essa mudança será feita de forma gradual e cuidadosa.
A ideia é observar com atenção como os futuros de Bitcoin vão se comportar nesse novo formato. Afinal, no exterior, esses derivativos já estão disponíveis 24 horas, permitindo que os investidores possam atuar em diferentes horários.
B3 e criptomoedas
Desde 2021, a B3 vem ampliando sua presença no mercado de ETFs de criptomoedas. Com o lançamento de produtos como QBTC11 (QR Asset) e HASH11 (Hashdex), a oferta só cresceu. Agora, há ETFs como QETH11, ETHE11, BITH11, DEFI11, WEB311, META11, CRPT11, NFTS11 e, mais recentemente, o QSOL11, que é o primeiro ETF de Solana do mundo, além de um ETF que combina Bitcoin e ouro (GBTC11).
O interesse de investidores institucionais também tem aumentado. Os ETFs de cripto já captaram centenas de milhões de reais em lançamentos recentes, com destaque para o ETF de XRP, que ultrapassou outras estreias marcantes. O HASH11, por exemplo, já esteve entre os ETFs mais negociados na B3 em dias de alta do Bitcoin.
Em 2023, a B3 também introduziu uma plataforma de ativos tokenizados, dando suporte às ofertas, especialmente por meio de crowdfunding, mas sem ser a contraparte central. Para 2024, deu mais um passo ao negociar um token de ativos reais (RWA) na área de energia, com uma expectativa de retorno de 25% em parceria com a Uinvex.
Um estudo indicou que o Brasil poderia se tornar líder no mercado global de tokenização. As ofertas de crowdfunding saltaram 300%, e o volume de ativos tokenizados atingiu R$ 1,3 bilhão em 2024, impulsionados por mudanças regulatórias da CVM, Bacen e Receita. Isso abre as portas para a B3 conectar finanças tradicionais e digitais.
Além disso, a B3 lançou o Contrato Futuro de Bitcoin em abril de 2024. Em menos de um ano, já negociou mais de 41 milhões de contratos, somando R$ 2 trilhões em volume. Recentemente, a CVM aprovou uma mudança que reduziu o tamanho dos contratos de 0,1 BTC para 0,01 BTC, o que equivale a cerca de US$ 1.000.
Ainda em 16 de junho, foram disponibilizados também contratos futuros de Ethereum e Solana, com valores definidos em dólar. Cada contrato possui tamanhos padronizados de 0,25 ETH e 5 SOL, com vencimento na última sexta-feira de cada mês.
O volume negociado em futuros de Bitcoin na B3 subiu 667% em maio, atingindo R$ 26,1 bilhões por dia, um resultado positivo que compensou quedas em outros mercados. Com isso, a B3 registrou mais de R$ 1,1 bilhão em receita apenas no primeiro trimestre de 2025.
