André Portilho, que lidera a área de ativos digitais do BTG Pactual, fez declarações bem interessantes durante o Blockchain Rio. Ele acredita que, em algum momento, todas as empresas vão precisar incorporar criptomoedas por causa do crescimento das stablecoins, que são criptomoedas atreladas a ativos estáveis como o dólar.
Ele afirma que a chave para essa integração vai ser a eficiência. Se a nova tecnologia realmente oferecer vantagens em termos de velocidade e custo, a aceitação será inevitável. Para ele, as stablecoins são exatamente essa tecnologia que pode favorecer o mercado, trazendo ganhos expressivos. Portilho é bem enfático ao dizer que, mais cedo ou mais tarde, todas as empresas se tornarão “empresas cripto”. E quem não se adaptar pode acabar ficando para trás.
Ele comparou o atual cenário da criptoeconomia ao início do comércio eletrônico nos anos 2000. Naquela época, havia uma série de profissionais focados especificamente no e-commerce, e hoje isso se integra de forma natural ao varejo. Portilho acredita que com as criptomoedas vai acontecer a mesma coisa, tornando-se parte essencial do sistema financeiro e da economia.
Stablecoins serão o motor da transformação digital
Portilho vê as stablecoins como a forma mais prática e imediata de se adotar criptomoedas em larga escala. Para ele, se uma tecnologia é capaz de melhorar a eficiência, a agilidade e reduzir custos, é só uma questão de tempo até que todos a aceitem. Ele comentou que as empresas começarão a perceber os benefícios das stablecoins em áreas como pagamentos internacionais e gestão de tesouraria. Ele destaca que estamos falando de trilhões de dólares em movimentações, o que representa ganhos reais para todos os envolvidos.
No entanto, ele fez um alerta. Sem uma regulação clara, essas inovações podem ficar restritas a nichos e não alcançar todo o potencial que poderiam ter no mercado institucional.
América Latina é o campo de provas para a revolução cripto
Portilho também ressaltou que a América Latina está se mostrando um verdadeiro laboratório para inovações financeiras. A diversidade nas condições econômicas e sociais oferece um terreno fértil para as diversas aplicações de criptoativos. Ele mencionou exemplos como a Venezuela, onde as pessoas se concentram em preservar valor, e a Argentina, onde a preocupação é proteger-se da inflação. Cada país tem suas particularidades, e as criptomoedas podem ajudar a resolver essas questões de maneiras distintas.
O Brasil, segundo ele, é visto como um local onde a inovação tecnológica encontra uma demanda real. A transformação já começou, e não há como voltar atrás. Para Portilho, o sucesso das empresas na nova era estará ligado à capacidade de adotar novas tecnologias de forma ágil e estratégica. Ele é bem claro ao afirmar que não haverá espaço para aqueles que ficarem parados, assim como não se pode competir no varejo atual sem ter uma presença digital.
