Tokenização é irreversível no Brasil, afirma CEO da BlockBR
O avanço do sistema de duplicata escritural pelo Banco Central mostra que a tokenização está se consolidando como um fato inevitável. Cássio J. Krupinsk, um executivo que entende bem desse assunto, afirmou durante o evento Blockchain.Rio que a tecnologia já começa a transformar a maneira como o crédito é emitido, registrado e negociado no Brasil.
Ele lembrou que, há dois anos, já falava sobre essa mudança, que promete ser universal. Para Krupinsk, a tokenização traz vantagens como redução de custos, eliminação de burocracias e maior liquidez ao mercado. De acordo com ele, até 2025, tanto tomadores quanto investidores estarão mais preparados e atentos a essas oportunidades, facilitando a transição de ativos tradicionais, como notas escriturais, para formatos digitais.
Ele também destacou que muitos profissionais ainda estão descobrindo ativos que existiam, mas que não conheciam. Essa nova era promete aumentar a eficiência e a liquidez, trazendo novas formas de registro descentralizado.
No evento, o diretor do Banco Central, Fábio Araújo, também elogiou o papel importante dos criptoativos no sistema financeiro, além da tokenização. Krupinsk vê essa conexão como uma parte natural da evolução do mercado.
A integração entre DeFi e TradeFi
Krupinsk acredita que a união entre finanças descentralizadas (DeFi) e finanças tradicionais (TradeFi) é um caminho sem volta. O TradeFi, que conta com regulamentações e estrutura segura, facilita a distribuição de ativos tokenizados. Por outro lado, o DeFi, sendo mais voltado à descentralização, ainda encontra dificuldade em acessar ativos garantidos, o que limita seu potencial.
Ele defende que, ao integrar essas duas frentes, será possível criar um ecossistema seguro e inovador. Quando questionado se essa fusão poderia trazer mais investimentos sem aumentar impostos, ele reconhece que é um tema delicado, mas acredita que, em operações com isenção legítima, existe potencial para atrair capital e oportunidades.
O futuro da BlockBR e do mercado
Krupinsk tem uma visão ambiciosa para o futuro. Ele sugere que, em cinco anos, talvez o termo “token” caia em desuso, assim como ninguém fala de “TCP/IP” para descrever a internet. Para ele, tudo será tratado como operações digitalizadas de forma natural.
Acredita que o mercado pode se dividir em dois caminhos: um modelo centralizado, onde quem tem infraestrutura se destaca, e um modelo descentralizado, que minimize riscos.
Krupinsk está otimista: “o caminho da tokenização no Brasil não tem volta”.
Tokenização
Cássio J. Krupinsk fala sobre como vê o mercado de tokenização no Brasil, afirmando que essa é uma tendência que vai se solidificar. Ele acredita que todos acabarão adotando a infraestrutura de tokenização, pois ela traz agilidade e várias vantagens, como reduzir a burocracia e aumentar a liquidez.
Ele observa que o mercado começa a amadurecer. Neste semestre, tanto investidores quanto tomadores de crédito já encaram a tokenização como uma grande oportunidade. A desburocratização dos registros, como as notas escriturais, está em andamento, e muitos ainda não conhecem todos os ativos disponíveis. Isso trará mais volume e eficiência.
Krupinsk vê a união entre DeFi e TradeFi como um processo natural. Ele ressalta que o TradeFi, com sua estrutura segura, facilita a liquidez, enquanto o DeFi enfrenta barreiras para acessar ativos garantidos. Essa combinação será essencial para o futuro do setor.
Futuro da tokenização
Quando questionado se a integração pode aumentar a circulação de dinheiro na economia sem elevar impostos, Krupinsk admite que isso é complicado. Embora algumas operações possam ser feitas com isenção tributária, há regras que ainda precisam ser ajustadas. Ele espera que isenções legítimas sejam mantidas, pois isso atrai investimento.
Sobre a BlockBR e o mercado de tokenização no Brasil em cinco anos, ele acredita que o foco estará mais nas operações digitalizadas do que em termos técnicos. Sua visão para a BlockBR inclui descentralizar documentos, permitindo que qualquer agente de mercado converta negócios em oportunidades.
Ele vê um futuro promissor com avalanches de participantes e empresas internacionais interessadas no Brasil. No horizonte, o mercado deve se organizar em um modelo centralizado ou totalmente descentralizado, garantindo que a oferta não seja um ponto fraco.