A Monero (XMR) é uma das criptomoedas que se destaca pela sua privacidade, porém, novidades recentes acenderam um sinal vermelho para a comunidade. A Qubic, um pool de mineração ligado a Sergey Ivancheglo, cofundador da IOTA, conseguiu elevar seu controle de mineração na rede Monero para 51%. Para se ter uma ideia, há menos de duas semanas, a Qubic controlava apenas 27% do poder de mineração.
Ivancheglo anunciou no X, sua conta no Twitter, que a Qubic atingiu essa marca e destacou que a equipe da Monero já está trabalhando em medidas de proteção contra potenciais ataques. Quando uma única entidade consegue um controle desse tipo, ela pode reorganizar blocos, censurar transações e até tentar gastar duas vezes a mesma moeda. Apesar disso, Ivancheglo argumenta que essa ação pode ser uma forma de alertar a comunidade sobre os riscos reais que um ataque assim pode representar.
A mineração pela Qubic adota um modelo conhecido como “prova de trabalho útil”, que incentiva o uso de CPUs para minerar XMR e, em seguida, troca as moedas mineradas por USDT. Esse movimento ajuda a queimar tokens QUBIC e cria um ciclo deflacionário para a economia do projeto.
No final de julho, a Qubic decidiu não divulgar mais sua taxa de hash na rede, afirmando que a intenção era aumentar a conscientização acerca dos riscos de um ataque de 51%. Ivancheglo expressou sua preocupação em encontrar maneiras de se proteger contra essa dominação na rede.
A situação tem capturado a atenção de muitos no setor cripto. Charles Guillemet, da Ledger, comentou que a Qubic pode acabar tornando quaisquer blocos concorrentes órfãos, efetivamente se posicionando como a única mineradora na rede. Luke Parker, um desenvolvedor do SeraiDEX, por outro lado, sugeriu que o que ocorreu foi um ataque de reorganização de blocos, em vez de um ataque total de 51%. Ele também apontou que a falta de transparência na divulgação dos dados pela Qubic dificultou a verificação das informações.
### Preço do Monero
Enquanto isso, o preço do Monero tem enfrentado queda. Na manhã desta terça-feira, a XMR estava sendo negociada a cerca de US$ 254, com uma perda de mais de 5% nas últimas 24 horas. Nos últimos sete dias, a criptomoeda já caiu cerca de 14% e, em um período de 30 dias, a queda foi de 24%, segundo dados do Coingecko.
Essas oscilações de preço refletem a incerteza que ambientes como esse trazem, especialmente diante de eventos que afetam a confiança do mercado.
