Ações da Circle sobem 11% com anúncio de nova blockchain
As ações da Circle (CRCL) registraram um crescimento impressionante de mais de 11,4% nas negociações pré-mercado desta terça-feira (12). Isso aconteceu após a divulgação de um relatório positivo sobre os resultados do segundo trimestre, que mostrou um aumento significativo na receita da empresa. Esse movimento também foi impulsionado pela decisão da Circle de criar sua própria blockchain.
No segundo trimestre, a receita total e os ganhos de reserva da Circle aumentaram 53% em comparação ao mesmo período do ano anterior, alcançando US$ 658 milhões. Um dos principais fatores por trás desse crescimento foi um incremento de 90% na circulação anual da stablecoin da empresa, o USDC. Essa alta na circulação gerou cerca de US$ 634 milhões em juros oriundos das reservas que apoiam os tokens, evidenciando o potencial dessa criptomoeda.
Atualmente, existem mais de US$ 65,6 bilhões em USDC circulando pelo mundo.
Circle anuncia blockchain de primeira camada
Outro destaque foi o anúncio da Circle sobre a criação da sua própria blockchain de primeira camada, que será compatível com a Ethereum Virtual Machine (EVM). Nessa nova rede, o USDC vai funcionar como o token de gás nativo. A blockchain, chamada Arc, tem previsão de lançamento da versão de testes ainda este ano.
O relatório de lucros apresentado marca a primeira vez que a Circle divulga seus números após abrir seu capital com um IPO em junho. A oferta foi um sucesso estrondoso, superando as expectativas de Wall Street e gerando mais de US$ 1 bilhão.
Stablecoins nos EUA
O otimismo em torno da Circle também se relaciona às mudanças nas regulações nos Estados Unidos, que estão facilitando a inserção das stablecoins na economia tradicional. Recentemente, o ex-presidente Donald Trump sancionou a Lei GENIUS, que cria uma estrutura formal para a emissão e negociação de stablecoins no país. A Circle, sendo a maior emissora desse tipo de moeda nos EUA, é uma das principais beneficiárias dessa nova legislação.
Contudo, o relatório do segundo trimestre também trouxe desafios. Apesar do cenário econômico favorável, a Circle reportou um prejuízo líquido trimestral de US$ 482 milhões. A empresa explicou que esse resultado foi influenciado em grande parte pelos custos relacionados ao seu IPO, incluindo US$ 424 milhões gastos em remuneração baseada em ações e US$ 167 milhões em perdas devido ao aumento do valor justo de sua dívida conversível.
Mesmo com esses números, alguns analistas expressaram descontentamento com os resultados da Circle no segundo trimestre, recomendando a venda das ações. Um dos grupos, a Compass Point, avaliou o preço das ações em US$ 130 na nota que circulou logo após a divulgação dos resultados, apontando a expectativa de margens brutas mais altas no trimestre seguinte.