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Economista de Harvard reconhece erro sobre Bitcoin a US$ 100

O economista da Universidade de Harvard, Kenneth Rogoff, destacou recentemente que muita coisa mudou desde que fez uma previsão sobre o Bitcoin em 2018. Naquela época, ele acreditava que a criptomoeda tinha mais chances de despencar para US$ 100 do que atingir US$ 100.000. Em um post no X, Rogoff brincou: “Quase uma década atrás, eu fiz essa afirmação. O que eu perdi?”. Essa reflexão foi acompanhada de um trecho de sua participação no programa “Squawk Box” da CNBC.

Rogoff, que já foi economista-chefe do FMI e autor de um livro lançado recentemente, ainda mantém suas reservas sobre o Bitcoin. Em 2018, ele afirmou que a regulamentação do governo poderia derrubar o preço da criptomoeda. Contudo, desde a vitória de Trump nas eleições de novembro, o Bitcoin não só ultrapassou a marca de US$ 100.000 em dezembro de 2024, como também subiu mais de 80%, alcançando um novo recorde histórico.

“Eu fui otimista demais ao achar que os Estados Unidos adotariam uma postura sensata em relação à regulamentação de criptomoedas”, comentou Rogoff, que parece não ter mudado sua visão crítica sobre o setor.

Bitcoin e as moedas tradicionais

Rogoff também observou que não conseguia imaginar como o Bitcoin se tornaria um competidor das moedas tradicionais em transações, especialmente em um mercado sombrio que, segundo ele, movimenta cerca de 20 trilhões de dólares. O crescimento do Bitcoin como uma alternativa contra a inflação é notável em países onde a moeda local foi fortemente desvalorizada por decisões governamentais.

Enquanto a Chainalysis aponta que a atividade ilícita com criptomoedas atingiu aproximadamente US$ 50 bilhões em 2024, isso ainda representa uma fração mínima do montante total relacionado à lavagem de dinheiro, que normalmente envolve o uso de dinheiro em espécie.

Ele também ressaltou que não previu um cenário em que reguladores, principalmente os mais influentes, mantivessem grandes quantidades de criptomoedas sem enfrentar consequências negativas, em meio a claros conflitos de interesse.

Reações da comunidade cripto

O diretor de investimentos da Bitwise, Matt Hougan, comentou que Rogoff não conseguiu entender que um projeto descentralizado poderia prosperar sem a supervisão de instituições tradicionais. Da mesma forma, David Lawant, pesquisador da corretora de ativos digitais FalconX, expressou gratidão ao economista, afirmando que seu livro “The Curse of Cash” foi tão disfuncional que o motivou a investir em Bitcoin.

Matthew Sigel, chefe de pesquisa da VanEck, também se juntou ao debate, colocando Rogoff em uma lista de críticos do Bitcoin. Ele declarou que Rogoff “escreveu o obituário do Bitcoin muito cedo e dentro de sua própria bolha”. Sigel mencionou a possibilidade de Rogoff estar desconectado da realidade por impedir respostas às suas postagens.

Por fim, um dado curioso: a Harvard Management Company, responsável por administrar um fundo de doações de impressionantes US$ 53 bilhões da universidade, anunciou um investimento de US$ 116 milhões em um ETF de Bitcoin da BlackRock. É um movimento que mostra como até mesmo instituições tradicionais estão começando a reconhecer a relevância do Bitcoin no panorama financeiro atual.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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