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Vice-presidente do Fed apoia posse de criptomoedas por funcionários

A vice-presidente do Federal Reserve (Fed), Michelle Bowman, fez um pronunciamento interessante durante uma conferência de criptomoedas em Jackson Hole. Ela manifestou apoio à ideia de que os funcionários do banco central possam ter pequenas quantidades de criptoativos. Se essa proposta for aprovada, poderia não apenas mudar as regras dentro do Fed, mas também acirrar o debate sobre como a instituição está lidando com os ativos digitais.

Bowman mencionou que é crucial considerar a possibilidade de que a equipe do Fed “possa ter quantidades mínimas de criptomoedas ou outros tipos de ativos digitais”. Durante sua fala no Simpósio de Blockchain de Wyoming, ela destacou a importância da tokenização para facilitar a transferência de ativos. Essa tecnologia poderia tornar a mudança de propriedades mais rápida, reduzir custos e ampliar o acesso ao mercado de capitais.

Ela também comentou sobre um potencial “ponto de virada” onde os processos estariam bem estabelecidos e a legislação atualizada, viabilizando mais atividades baseadas nessa nova tecnologia. No entanto, observou que a adoção de tecnologias como a blockchain depende não apenas do avanço técnico, mas também da capacidade da legislação em acompanhar a prática.

“Estamos em uma encruzilhada: temos a chance de moldar o futuro ou correr o risco de ficar para trás”, disse Bowman, evidenciando a urgência da situação.

Sinais Positivos para o Setor Cripto

Os comentários de Bowman não só geraram discussões no simpósio, mas também acenderam debates entre experts em política e criptomoedas. Muitos afirmam que suas palavras podem significar uma abordagem regulatória mais aberta e equilibrada. Para Vincent Liu, diretor de investimentos da Kronos Research, isso indica que o Fed está se afastando de uma postura cautelosa para uma curiosidade mais pragmática sobre os criptoativos.

Andrew Rossow, advogado e CEO da AR Media Consulting, comentou que as observações de Bowman são um marco na abordagem regulatória dos EUA. Ele acredita que essa nova perspectiva desafia não só o “como”, mas também o “porquê” da supervisão financeira.

Por outro lado, essa ideia traz à tona questões sobre conflito de interesse. Rossow alerta que permitir que reguladores possuam ativos especulativos, mesmo que em pequenas quantidades, pode gerar uma percepção de parcialidade e abalar a confiança pública. Ele ainda cita caos passados, como as crises envolvendo a Enron, Silk Road e FTX, para reforçar a necessidade de um debate cuidadoso sobre essas propostas.

A conversa é complexa e mostra como as novas tecnologias estão desafiando as normas tradicionais. É um momento decisivo em que as regulamentações estão prestes a se transformar, e todos estão de olho no que virá a seguir.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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