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ETFs de criptomoedas ajudam investidores a reduzir impostos nos EUA

Com a alta significativa de criptomoedas como Bitcoin e Ethereum, muitos investidores nos Estados Unidos têm enfrentado um dilema fiscal: ao realizar lucros, podem acabar pagando até 23,8% de impostos sobre ganhos de capital. Para alguns investidores de alto patrimônio, uma alternativa interessante tem surgido: a conversão 351, que é aplicada a ETFs de criptomoedas.

Imagine que um investidor comprou Bitcoin por US$ 40 mil. Agora, com o preço próximo a US$ 113 mil, ele possui um ganho não realizado de US$ 73 mil. Se ele vender, é preciso lidar com a tributação que pode ser quase 24%. Mas, com a conversão 351, é possível transferir esse Bitcoin para um ETF em criação, sem necessidade de vender. O resultado? O investidor recebe cotas do ETF e adia o imposto.

Como funciona a estratégia usando ETFs de criptomoedas

Essa estratégia é uma forma de adiar o imposto. O investidor transfere suas criptomoedas acumuladas para um ETF que está sendo lançado e, em troca, recebe cotas do fundo. A grande sacada é que o pagamento do imposto é postergado até que essas cotas sejam vendidas. Isso se torna especialmente atraente para quem mantém criptos e quer diversificar.

Porém, há regras a serem seguidas. O IRS (Internal Revenue Service) dos EUA exige que os ativos na carteira transferida sejam diversificados. Ou seja, nenhum ativo pode representar mais de 25% do total, e os cinco maiores ativos não devem ultrapassar 50%. Para investidores que têm grandes quantidades de algumas moedas, essa exigência pode ser um desafio. Além disso, a aceitação de criptomoedas depende da estrutura do ETF, que ainda é algo novo no mercado.

Outra questão é que essa estratégia não está ao alcance de todos. Gestoras como Alpha Architect e Cambria exigem investimentos mínimos, muitas vezes a partir de US$ 1 milhão, o que limita a participação para investidores institucionais ou indivíduos com alto patrimônio. Mas o interesse está crescendo à medida que novos ETFs temáticos começam a aparecer.

Vale lembrar que, ao fazer a conversão, o capital fica preso ao ETF. Se o investidor sair antes — seja vendendo as cotas ou transferindo para outro fundo — pode acabar acionando o imposto que foi adiado. Portanto, escolher um gestor confiável e entender bem a estratégia do ETF é fundamental.

Exemplo para outros países

Essa abordagem, apesar de complexa e ainda em desenvolvimento, mostra como o mercado financeiro dos EUA busca soluções inovadoras para problemas fiscais no universo das criptomoedas. É um movimento que pode inspirar outras regiões do mundo no futuro.

No Brasil, por outro lado, as discussões sobre aumentar os impostos sobre investimentos em criptomoedas estão em pauta. Isso pode ser um indicativo negativo para investidores que estão aplicando em ETFs de criptomoedas. Em decorrência disso, as retiradas de investimentos nesses fundos têm aumentado semana após semana.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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