O Jeitto, aplicativo de crédito voltado para as classes C e D, trouxe uma novidade importante nesta sexta-feira, 22. Eles anunciaram que a primeira debênture do e-GRANA, um crédito digital mensal exclusivo da fintech, já atingiu a marca de R$ 110 milhões em patrimônio líquido. Isso não é apenas um número, mas sim um sinal do crescimento e da recepção positiva que o app tem tido no mercado.
Desenvolvida em parceria com o Mercado Bitcoin, essa debênture se destacou entre os produtos da empresa. Com o sucesso da primeira emissão, a fintech já está se preparando para lançar uma nova, que deve somar R$ 250 milhões. O objetivo? Expandir ainda mais a presença do Jeitto no mundo dos ativos digitais, diversificando suas fontes de financiamento e tornando a operação mais segura e eficiente.
As debêntures da empresa são garantidas por cédulas de crédito bancário geradas a partir de empréstimos pessoais dados aos clientes. O que é bacana é que essa dívida é organizada pelo Mercado Bitcoin e serve de lastro para os certificados de recebíveis emitidos pela seguradora do grupo. E o mais interessante é que esses certificados são tokenizados usando a tecnologia blockchain, o que permite que investidores tenham acesso a tokens a partir desse lastro.
Gabriel Nóbrega, CFO do Jeitto, destaca que a parceria com o MB é fundamental. Ela não apenas ajuda a diversificar as fontes de financiamento, mas também garante maior sustentabilidade para o negócio. “Estamos criando oportunidades acessíveis de investimento para pessoas físicas em carteiras de crédito que são 100% garantidas”, diz ele.
Por sua vez, Alexandre Reda, que é o Diretor de Investment Banking e Tokenização no MB, complementa: “Buscamos estruturar operações de forma ágil e transparente, reduzindo custos e beneficiando tanto quem busca crédito quanto quem deseja investir.”
Mercado de tokenização no Brasil
O Mercado Bitcoin já emitiu mais de R$ 2 bilhões em tokens RWA em diferentes categorias. De 2023 a 2025, a plataforma viu um crescimento incrível de mais de 10 vezes nesse segmento. Isso mostra que o interesse por ativos tokenizados está aumentando.
Os números confirmam essa tendência. De acordo com a CVM, o volume de ativos tokenizados no Brasil atingiu R$ 1,3 bilhão, com um crescimento de 300% nas ofertas via crowdfunding. Para reforçar esse movimento, Regina Pedroso, Diretora Executiva da ABToken, esteve em Brasília para discutir o Marco Legal da Tokenização com o deputado federal Lafayette Andrada. Durante o encontro, Regina salientou a importância de uma regulamentação sólida para os ativos digitais. O anteprojeto especifica categorias como tokens de pagamento, utilidade e até NFTs, cada um com suas funções definidas.
Banco Central e CVM
O projeto também traz clareza sobre as funções dos diferentes órgãos reguladores. O Banco Central cuidará dos tokens de pagamento, enquanto a CVM ficará responsável pelos valores mobiliários. Além disso, as juntas comerciais e registros públicos terão a tarefa de regulamentar tokenizações de imóveis e participações na empresa.
Entre as propostas estão regras mais rígidas para corretoras, plataformas de tokenização e o mercado OTC. Exigências como registro obrigatório, auditoria independente e medidas de proteção contra lavagem de dinheiro visam aumentar a transparência e segurança para os investidores.
A ABToken também protocolou uma carta no Senado em apoio ao Projeto de Lei nº 4.932/2023, ressaltando a necessidade de separar os ativos das empresas dos dos usuários, algo considerado essencial para a segurança do mercado. Entretanto, a associação sugere que detalhes sobre essa implementação fiquem a critério dos reguladores, permitindo mais flexibilidade ao setor.
Além disso, a ABToken enviou à CVM propostas para aprimorar a Resolução nº 88/2022, originalmente voltada para pequenas startups. As sugestões incluem aumentar o limite de faturamento dos emissores e liberar recursos imediatamente após a captação. A ideia é adaptar a norma às operações de tokenização que já se firmaram no mercado.
Regina lembra: “Estamos em um momento decisivo e queremos consolidar o Brasil como um exemplo mundial na junção entre inovação financeira e regulação responsável.”
