Notícias

ETFs e Fed ajustam ‘preço justo’ para US$ 107.000

Os saques nos ETFs de Bitcoin que aconteceram na última semana impactaram o que chamamos de “preço justo” da criptomoeda, fazendo com que caísse para US$ 107.000. Em contraste, nesta segunda-feira, 25 de agosto, o par BTC/USDT está sendo negociado por US$ 111.100.

O conceito de “preço justo” foi criado pela Ecoinometrics e serve para entender melhor o apetite dos investidores. Esse indicador leva em conta o volume de investimentos e o valor de mercado do Bitcoin.

Atualmente, o que se observa é uma tendência de realização de lucros por parte dos investidores, especialmente após o pico histórico que foi alcançado em 14 de agosto. Segundo a Ecoinometrics, essa queda de 10% que estamos vendo está diretamente ligada a essa movimentação.

O alerta é claro: “Já tivemos momentos em que o Bitcoin caiu, mas os fluxos institucionais continuaram altos, preparando o terreno para uma recuperação rápida. Porém, este não é um deles. Desde a semana passada, os influxos para os ETFs estão negativos”.

Esse “preço justo” abaixo do que o Bitcoin vale atualmente no mercado sugere que, a curto prazo, a tendência é de queda. Se isso continuar, “pode haver espaço para uma queda abaixo de US$ 100.000”, segundo o boletim mais recente da Ecoinometrics. Como ressaltam os especialistas: “Quando os fluxos dos ETFs estão negativos, isso indica uma saída constante de capital, não é apenas a reação dos traders às oscilações de preço.”

Corte das taxas de juros nos EUA não está garantido

Embora o presidente do Banco Central dos EUA, Jerome Powell, tenha sinalizado a possibilidade de um novo ciclo de cortes nas taxas de juros, isso não garante que isso vai acontecer. A próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), marcada para 17 de setembro, está cercada de incertezas em relação às condições macroeconômicas.

A inflação continua apresentando resistência e os novos impostos que o governo dos EUA impôs a produtos importados resultaram em um aumento inesperado no Índice de Preços ao Produtor (PPI) em julho. Além disso, o mercado de trabalho mostra sinais de fraqueza, evidenciado pelo aumento nos pedidos de seguro-desemprego.

Ciente desta realidade, o Fed diante de um possível enfraquecimento econômico e crescimento do desemprego, precisa agir com cautela. Em um cenário assim, as expectativas sobre a política monetária nos EUA ficam nebulosas.

“Algumas pessoas até dentro do Fed estão pedindo cortes mais rápidos nas taxas, mas logo a sensação é de que isso não vai acontecer”, afirmam os analistas da Ecoinometrics. Esse jogo de decisões acaba por afetar a confiança em ativos de risco, como o Bitcoin. Um exemplo claro disso foi a fala de Powell, que indicou uma flexibilização na política monetária no simpósio de Jackson Hole na sexta-feira, 22, logo após a divulgação de uma ata que mantinha um tom restritivo.

E não foi só o Bitcoin que sofreu correções na última semana; o índice Nasdaq 100, que mede ações de empresas de tecnologia nos EUA, também registrou quedas. O boletim da Ecoinometrics enfatiza que o FOMC tem se mantido em uma postura restritiva nas últimas reuniões, reforçando que qualquer eventual corte nas taxas não deverá ser robusto.

Contudo, essa situação não é completamente desfavorável para o Bitcoin. A análise sugere que mesmo sem cortes mais agressivos de juros, as condições financeiras continuam a se flexibilizar. Historicamente, esse ambiente propicia um crescimento constante para o Bitcoin. A recente retração pode ser mais um reflexo das mudanças nas expectativas do que uma queda real na liquidez.

Como foi reportado, parte do capital que estava alocado em Bitcoin começou a migrar para o Ether (ETH), que viu um aumento de 8,2% em uma semana, enquanto o valor do Bitcoin caiu 3%, de acordo com dados da CoinGecko.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo