ETFs e Ethereum podem impactar o preço do Bitcoin
A recente queda do Bitcoin para menos de US$ 110.000 mostrou com clareza a fragilidade atual do mercado de criptomoedas. Com uma liquidez reduzida e um aumento considerável nas vendas, o diretor de investimentos da MEXC Ventures, Leo Zhao, destacou que essa situação resulta de um mix de fatores, como a escassez de liquidez e o reposicionamento de ETFs, além da intensa realização de lucros pelos investidores antigos.
Durante essa queda dramática, mais de US$ 900 milhões em posições alavancadas foram liquidadas. Isso evidencia como muitos traders estavam altamente expostos antes da pressão vendedora. Um dos principais catalisadores dessa movimentação foi o envio de 24.000 BTC que estavam inativos para as exchanges, o que, segundo Zhao, intensificou as vendas em um mercado já delicado.
A tentativa de recuperação do Bitcoin no início da semana não conseguiu superar os US$ 113.000, sinalizando que os chamados “ursos”, ou investidores pessimistas, estão tentando dominar o cenário. Para piorar, os ETFs de Bitcoin, que ajudavam a estabilizar o preço, enfrentaram saídas que ultrapassaram US$ 1 bilhão na semana anterior — um volume nunca visto desde março.
Nos últimos meses, o interesse por Ethereum aumentou, com muitos investidores migrando para ativos relacionados ao ETH, que atraíram bilhões em agosto, deixando o Bitcoin temporariamente para trás. Essa mudança na dinâmica do mercado chamou a atenção de observadores, já que os traders agora estão mais focados em estratégias de proteção e hedge.
Os dados mostram que os lucros realizados estão próximos do ponto de equilíbrio, o que indica uma queda na confiança do mercado. As recuperações de curto prazo têm se mostrado insustentáveis, refletindo um sentimento de cautela entre os investidores.
Apesar desse clima mais sombrio, Zhao menciona que os compradores institucionais continuam ativos e ampliando suas posições durante essa correção. Eles parecem dispostos a aumentar a exposição, mesmo com a demanda do varejo diminuindo. Nesse momento, o Bitcoin se encontra em um ponto decisivo: pode consolidar entre US$ 110.000 e US$ 120.000 ou, em uma situação mais grave, testar níveis de suporte psicológico em US$ 105.000 a US$ 100.000.
Perspectiva de longo prazo segue intacta
Embora o curto prazo traga incertezas, Zhao observa que a base de longo prazo do Bitcoin permanece sólida. A acumulação por players institucionais ainda supera a nova emissão, criando um ambiente de escassez que pode beneficiar a criptomoeda no futuro.
Um cenário otimista é sugerido por Leah Wald, CEO da SOL Strategies, que acredita que o Bitcoin pode chegar a US$ 175.000 ainda este ano. Ela considera essa previsão conservadora em comparação a outras estimativas de grandes investidores. Para o longo prazo, alguns analistas projetam o Bitcoin chegando a impressionantes US$ 1 milhão até 2030, um sinal de crescente confiança entre os investidoras institucionais em um cenário mais amplo.
Por outro lado, Mike Novogratz, CEO da Galaxy Digital, faz uma advertência sobre as projeções de US$ 1 milhão, argumentando que isso poderia indicar uma crise econômica nos EUA, ao invés de um triunfo no universo cripto. O cenário ainda está em desenvolvimento, e o futuro do Bitcoin continua a ser monitorado por todos os lados.