Nesta semana, uma novidade bem interessante chegou à B3: um token RWA que garante um retorno de 1,6% ao mês começou a ser negociado. O ativo, batizado de TOSB01, está atrelado a um projeto imobiliário e representa um passo importante na implementação da tokenização como uma forma de investimento regulada no Brasil.
A operação foi realizada pela Zuvia, que emitiu mais de 551 mil tokens, cada um valendo R$ 1,00. O retorno é pré-fixado para um período de 24 meses, e o investimento mínimo para entrar nessa é de apenas R$ 25,00. Essa ideia permite que tanto pequenos investidores quanto grandes fundos participem do mesmo mercado.
Uma das coisas mais legais sobre o TOSB01 é que o investidor não precisa ficar preso ao ativo até o final do período. Em colaboração com a B3, a Zuvia criou um mercado secundário onde esses tokens podem ser negociados livremente. Diferente do que acontece com ações ou fundos imobiliários, o preço dos tokens não oscila. Ele permanece fixo em R$ 1,00, e a satisfação do rendimento mensal de 1,6% fica garantida.
Essa atualização foi possível graças à Resolução CVM 88, que foi alterada em 2022. Ela abriu as portas para que plataformas de crowdfunding atuassem no mercado secundário, permitindo que novos modelos de investimento surgissem. Jonatas Montanini, cofundador da Zuvia, comentou que isso democratiza o acesso ao mercado de capitais, ligando tecnologia e investimentos de forma acessível.
## Token RWA com lucro garantido
O mercado imobiliário tem um peso significativo na economia brasileira, representando cerca de 7% do PIB e movimentando mais de R$ 200 bilhões em 2024. Através da tokenização, surgem novas oportunidades para os investidores que buscam rentabilidade previsível e acima do que muitas opções de renda fixa oferecem. Com um rendimento de 1,6% ao mês, você chega a mais de 20% ao ano, superando várias aplicações tradicionais.
A B3 também vê essa movimentação como um passo estratégico. A diretora de Emissores e Relacionamento da bolsa, Flávia Mouta, destacou que a plataforma de financiamento coletivo é muitas vezes o primeiro contato de pequenas e médias empresas com o mercado de capitais. Com a tokenização, as opções de financiamento aumentam, trazendo novas possibilidades para os investidores e facilitando o acesso ao capital para as empresas.
Esse modelo pode ser expandido para outras áreas, como energia, agronegócio e infraestrutura, criando um ambiente próspero para ativos tokenizados no Brasil. Montanini afirmou que isso é apenas o começo de uma transformação que promete impactar vários setores da economia nos próximos anos.
## Tokenização imobiliária
Recentemente, o Conselho Federal de Corretores de Imóveis (COFECI) criou um novo marco regulatório ao publicar a Resolução nº 1.551. Essa medida estabelece a tokenização como um processo de transformar direitos sobre imóveis em Tokens Imobiliários Digitais (TIDs). Esses tokens podem representar partes ou até a totalidade de um bem, abrindo um leque de oportunidades de investimento.
Com esse novo modelo, o Brasil se alinha a tendências globais de tecnologia, como blockchain e Distributed Ledger Technology (DLT). A Resolução define três pilares fundamentais: as Plataformas Imobiliárias para Transações Digitais (PITDs), os Agentes de Custódia e Garantia Imobiliária (ACGIs) e os possuidores dos TIDs.
As PITDs são responsáveis pela emissão, distribuição, negociação e custódia dos tokens, garantindo transparência e segurança legal. Já os ACGIs, que devem ser autorizados pelo COFECI, são os responsáveis por proteger os ativos e assegurar que os direitos associados a eles possam ser cobrados judicialmente. É importante destacar também o papel dos corretores de imóveis, que continuarão atuando como mediadores, verificando informações e contribuindo para o cumprimento das normas de prevenção à lavagem de dinheiro.
Com essa regulamentação, o fluxo de operações desde a emissão até a negociação nas plataformas ficará mais claro, trazendo novidades e possibilidades para o mercado imobiliário digital no Brasil.
