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Nubank planeja integrar stablecoins aos cartões de crédito

O Nubank está dando um passo importante em direção à integração entre o mundo das finanças tradicionais e o universo das criptomoedas. Isso tudo está acontecendo com a inclusão de stablecoins atreladas ao dólar em seus cartões de crédito. Essa novidade foi revelada pelo vice-presidente da instituição, Roberto Campos Neto, durante o evento Meridian 2025, reunindo especialistas em inovação financeira.

Ele mencionou que a ideia é utilizar essas stablecoins para que os clientes possam fazer pagamentos diretamente com seus cartões Nubank, mas tudo ainda em fase de testes. O grande desafio que o banco enfrenta é como aceitar depósitos em formatos tokenizados e, a partir deles, usar como base para concessão de crédito. A intenção é criar um sistema em que o dinheiro digital se integre de forma completa ao crédito tradicional.

Campos Neto também destacou uma mudança significativa no comportamento dos usuários. Muitos não estão adquirindo criptomoedas apenas para transacionar, mas estão buscando uma forma de guardar valor. Esse fenômeno é crucial de se entender, especialmente em um contexto de incerteza econômica, onde as stablecoins aparecem como uma alternativa mais estável em comparação às moedas locais.

Nubank e o Crescimento das Stablecoins

O movimento do Nubank não é uma mera coincidência. A aceitação de stablecoins está aumentando de forma rápida na América Latina, especialmente no Brasil, Argentina e Venezuela. Para se ter uma ideia, no Brasil, 90% das operações de cripto em 2024 estavam ligadas a essas stablecoins, usadas principalmente para proteger o patrimônio contra a desvalorização do real.

Na Argentina, onde a inflação anual ultrapassa os 100%, ativos como USDT e USDC representaram mais de 70% das compras de criptomoedas em 2024, de acordo com uma exchange. E na Venezuela, o uso de stablecoins também cresceu, alcançando 47% das transações de cripto para valores abaixo de US$ 10 mil.

O Nubank já vinha ampliando sua presença no setor cripto. Desde 2022, quando investiu 1% de seu patrimônio em Bitcoin e lançou a negociação de cripto no aplicativo, a instituição vem testando diferentes modelos de oferta. Em março de 2025, no intuito de diversificar as opções para os clientes, o banco integrou criptomoedas como Cardano (ADA), Cosmos (ATOM), Near Protocol (NEAR) e Algorand (ALGO) em sua plataforma. A ideia é oferecer um leque mais amplo de alternativas de investimento para quem busca explorar o universo das criptomoedas.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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