Padrão indica queda significativa no preço do bitcoin
O mercado de criptomoedas começou a semana em um clima de apreensão. O Bitcoin (BTC) confirmou que está em um padrão de queda, agora perdido abaixo do suporte de US$ 115 mil. Isso fez com que o preço se consolidasse na casa dos US$ 112,6 mil, o que indica que os vendedores, ou “ursos”, estão ganhando terreno e a tendência de baixa pode se intensificar nos próximos dias.
Esse movimento acontece logo após o Bitcoin ter alcançado um pico de US$ 117 mil, em reação ao corte de juros anunciado pela Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos. Tradicionalmente, notícias como essa são vistas de forma positiva, mas, neste caso, a reação foi fraca e não conseguiu manter a alta.
De acordo com a análise da Glassnode, o mercado entrou naquele padrão de “compra o rumor, venda a notícia”, onde uma expectativa faz o preço subir, mas a realização de lucros rapidamente esfria o interesse de novos compradores.
Bitcoin agora: indicadores técnicos reforçam cenário de fraqueza
Os sinais técnicos confirmam que o Bitcoin perdeu um pouco de força. O Índice de Força Relativa (RSI) caiu da zona de sobrecompra, marcando 71,2 pontos, enquanto o delta de volume acumulado (CVD) teve uma queda brusca de 128%. Esses dados mostram que a força compradora vem diminuindo, com uma redução clara no número de investidores ativos.
Além disso, os volumes totais de negociação caíram para US$ 5,6 bilhões, um número bem baixo se comparado ao histórico recente. E a situação nos mercados futuros está um pouco confusa: embora o interesse aberto tenha sido estável em US$ 47,4 bilhões, o CVD dos contratos perpétuos ficou negativo, caindo de US$ 16,2 milhões para US$ 455,4 milhões. Isso indica uma pressão vendedora crescente.
ETFs e demanda institucional mostram enfraquecimento
Outro fator que contribui para essa deterioração do cenário é o desempenho dos ETFs de Bitcoin nos Estados Unidos. Após semanas com uma grande entrada de recursos, os fluxos líquidos caíram 54,1%, de US$ 2 bilhões para apenas US$ 931 milhões. Essa queda sugere que a demanda institucional, que tem sustentado o mercado em 2025, está começando a desacelerar.
Apesar de não se tratar de uma perda total de confiança entre os grandes investidores, isso indica que eles estão adotando uma postura de espera. Esse esfriamento reforça a ideia de que o recente rali perdeu força e que será necessário um novo impulso para reverter essa tendência.
Dados on-chain trazem sinais mistos
Os dados on-chain também apresentam uma situação ambígua. Por um lado, o número de endereços ativos e o volume de transferências aumentaram, o que sugere um maior engajamento na rede. Por outro lado, as taxas de transação caíram 11,6%, indicando que a urgência e a demanda especulativa estão mais fracas.
Essa combinação sugere que a atividade está crescendo, mas sem uma pressão suficiente para manter um movimento de alta consistente. As métricas de lucro e perda mostraram uma melhora, com o indicador NUPL mostrando que a maior parte da oferta em circulação ainda está em território de lucro, o que explica a intensidade na realização de lucros após as últimas altas.
O economista Aarón Olmos, especializado em ativos digitais, chama a atenção para o fato de que setembro é, historicamente, um mês de correções para o Bitcoin. Ele explica que as quedas fazem parte do ciclo natural de mercado e que fatores como a economia americana, tarifas e tensões geopolíticas afetam a saída de capitais em busca de ativos mais seguros. Olmos acredita que, apesar da volatilidade, o Bitcoin vai continuar sua trajetória de alta a longo prazo, atraindo investidores institucionais, mesmo que em um ritmo mais lento durante correções.





